domingo, 21 de agosto de 2016


GÊNEROS OU TIPOS TEXTUAIS?



Jamais confundimos uma bula com uma carta, uma notícia de jornal com uma oração,
um poema com uma entrevista. Por quê? Porque reconhecemos as características dessas
“espécies” de texto, aprendidas na convivência social ou na escola. Sabemos também como
cada uma delas funciona socialmente. Não entramos no consultório de um médico e
esperamos que ele nos passe uma receita de bolo, nem entramos no MSN (Messenger –
programa de conversa pela Internet) esperando encontrar artigos científicos. Cada espécie
de texto circula em um determinado portador ou suporte, tem seu formato próprio, usa
um estilo de linguagem específico e “funciona” em um dado contexto social.

Essas “espécies” de texto são o que chamamos gêneros textuais. Os PCN de Língua
Portuguesa – 5ª a 8ª séries (1998, p. 22) definem os gêneros textuais como “famílias de
textos que compartilham características comuns”. Que características seriam essas? As que
dizem respeito à ação de linguagem que se realiza por meio dessa “família” de textos, ao
contexto social em que eles costumam ocorrer, ao suporte ou portador em que circulam,
à sua estruturação peculiar e ao estilo de linguagem que normalmente adotam, à temática de
que costumam tratar e também ao modo como costumam abordar essa temática.

Como é que surge um gênero textual? Um gênero vai-se constituindo no uso coletivo
da linguagem – oral e escrita. Os membros de uma comunidade lingüística vão estabe -
lecendo, no correr de sua história, modos específicos de se dirigirem a determinado
público para alcançarem determinados objetivos ou funções. 

Por exemplo: onde é que
você já ouviu ou leu uma passagem como “a família de Fulano de Tal cumpre o
doloroso dever de comunicar aos parentes e amigos o seu falecimento...”? Como é que
se chama essa espécie de texto? Para que serve? Quem é que o manda divulgar? Como
é que ele continua? Nessa espécie de texto caberia a expressão “bateu as botas” ou
“abotoou o paletó de madeira”? E a palavra “féretro”? Com certeza você sabe responder a essas
perguntas, ainda que nunca tenha tido aula de redação sobre esse gênero textual – você
o aprendeu na sua experiência social.

Isso mostra o que afirmamos acima: as práticas sociais de linguagem, orais e escritas,
vão estabelecendo modelos textuais para serem usados em determinadas situações.

A leitura desses textos e a comparação deles com exemplares atuais dos mesmos gêneros
nos fazem constatar um outro aspecto importante: os gêneros, embora atuem como
padrões textuais, não são imutáveis, não são inalteráveis. Como disse Bakhtin, um estudioso
soviético pioneiro na formulação desse conceito, os gêneros são padrões de enunciado
“relativamente estáveis” (1992, p. 277). Para nos servirem como padrão e nos orien tarem
na hora de compreender ou de produzir textos, é importante que os gêneros sejam
estáveis. 

No entanto, como a vida social muda e as práticas de linguagem se modificam
continuamente, esses padrões são apenas relativamente estáveis: alteram-se de acordo
com as novas possibilidades e necessidades sociais. Por isso, há gêneros que caem em desuso (ex.: telegrama, telex) e gêneros novos que aparecem (ex.: fax, e-mail, blog). Por isso também
são inúmeros os gêneros textuais coexistentes numa sociedade, já que são múltiplas
as necessidades comunicativas das coletividades humanas.

Os textos em geral, qualquer que seja seu gênero, são constituídos por segmentos de
natureza e características diferentes. Por exemplo, segmentos de exposição de idéias, de
narração, de descrição, de argumentação, de instrução, de diálogo. Esses segmentos,
que podem ser reconhecidos pelas regularidades no emprego dos recursos lingüísticos,
é que têm sido chamados de tipos textuais ou tipos de discurso.

Eles representam atitudes enunciativas diferentes (quero contar uma história, quero
expor meu pensamento, quero descrever alguma coisa), que podem se articular num
mesmo texto. Assim, o gênero romance – em que a atitude enunciativa básica é contar
uma história – costuma apresentar passagens que descrevem os personagens e o cenário
onde se desenvolve o enredo. Mas é também possível que um determinado romance
inclua o discurso em que um personagem, candidato a prefeito da cidade, expõe sua
plataforma política e procura convencer os eleitores a votar nele. Outro romance pode
incluir receitas culinárias trocadas por determinados personagens, ou então a fórmula
secreta de um veneno muito perigoso. 

Da mesma maneira, uma carta pode apresentar
passagens expositivas, argumentativas, narrativas ou descritivas, entre outras. Esses
exemplos mostram que, de fato, um texto, de qualquer gênero, pode ser composto de
um ou mais tipos textuais: narrativo, expositivo, argumentativo, descritivo, instrucional,
dialogal.

Qual a diferença entre tipos e gêneros?

Os gêneros são categorias, padrões, modelos de texto que, digamos, “têm vida própria”,
isto é, circulam de fato na vida social. São muito numerosos, porque atendem a necessidades
comunicativas e organizacionais de muitas áreas da atividade humana, e porque
se renovam, ao longo do tempo, em razão de novas necessidades, novas tecnologias,
novos suportes. Neste Caderno, já foram mencionados muitos gêneros – bula,
romance, carta, anúncio classificado, notícia, entre outros.

Já os tipos não são textos concretos, não “têm vida própria”, são atitudes enunciativas
que acarretam modos característicos de emprego dos recursos lingüísticos presentes em
um texto ou em seqüências de texto. São componentes dos textos e podem aparecer em
diferentes gêneros, com exclusividade ou articulados entre si. São poucos e são mais
estáveis que os gêneros. Como enumeramos anteriormente, os mais conhecidos são:
narrativo, expositivo, argumentativo, descritivo, instrucional, dialogal.

Durante muitos anos, a escola ancorou o ensino da escrita no domínio dos tipos narrativo,
descritivo e dissertativo (expositivo e argumentativo). Mas, fora da escola, nós não
encontramos tipos puros, encontramos textos pertencentes a determinados gêneros,
que se compõem de um ou mais tipos. Encontramos, por exemplo, editoriais e artigos
de opinião em que predomina a atitude enunciativa argumentativa, embora também
admitam passagens narrativas ou descritivas. Encontramos contos, histórias, romances de
amor ou de aventura, nos quais a atitude narrativa é a fundamental, mas também há
lugar para a exposição ou a descrição, por exemplo. Encontramos receitas culinárias e
regras de jogos, que se organizam a partir do tipo instrucional.

Os tipos, em geral, se marcam pelo uso característico dos recursos lingüísticos. Por
exemplo, o tipo narrativo traz os verbos, predominantemente, no tempo passado e
principalmente articuladores (também chamados “organizadores textuais”) que expressam
relações de tempo. Os tipos expositivo e argumentativo se organizam basicamente
em torno do presente verbal e usam sobretudo articuladores que indicam relações lógi -
cas (causa, conseqüência, condição etc.). No tipo instrucional, prevalece o modo
imperativo, já que se trata de um tipo que organiza textos cujo objetivo é oferecer ao
leitor orientação para realizar alguma ação.

Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/. Acesso em: 21/08/2016.
Imagem disponível em: http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/. Acesso em: 21/08/2016.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

ENTREVISTA COM IVOR GOODSON: 
A arte de contar a própria história




Disponível em: REVISTA PÁTIO, Ano XI, nº 43, AGO/OUT, 2007. Acesso em: 18/08/2016.


sábado, 13 de agosto de 2016

COMO ELABORAR UM CAÇA PALAVRAS?

Acessar o site: http://www.lideranca.org/word/palavra.php

Preencha o formulário abaixo.




Clique em criar caça palavras

Pronto! Seu caça palavras foi gerado com sucesso!!!

Disponível em: http://www.lideranca.org/word/palavra.php. Acesso em: 13/08/2016.


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

MÉTODO DAS BOQUINHAS
RENATA JARDINI




Alfabetização pelo Método das Boquinhas
O Método das Boquinhas foi aprovado como Tecnologia Educacional pelo MEC em novembro de 2009, 2010 e 2011, sendo atestado como eficiente para alfabetizar e recuperar a alfabetização de crianças, jovens ou adultos. 

Sua fundamentação teórica é de base multissensorial, fônica-vísuo-articulatória, propiciando rapidez e segurança na associação do fonema ao grafema (som à letra) uma vez que é uma Metodologia Sintética, Concreta e Sinestésica e acrescenta o diferencial do articulema (boquinha), contribuindo para o real aprendizado e recuperação da leitura e escrita. Pode ser usado na íntegra, como Metodologia adotada pela escola, ou como uma ferramenta de trabalho para a conversão fonema/grafema, sendo inserido na proposta adotada pela escola. 

O Método das Boquinhas é de fácil aplicabilidade e compreensão e tem sido utilizado em salas de aula com todas as crianças, alunos comuns e outros com trocas de letras, trazendo grande e positivo impacto sobre os resultados na aprendizagem e autoestima do professor e do aluno, desde as séries iniciais até o grupo da EJA. Resultado semelhante tem sido observado na terapêutica clínica.

A parceria entre a Fonoaudiologia e a Pedagogia tem trazido ganhos aos estudantes e à educação em geral. O mercado atual exige educadores com capacitação e fundamentação sobre alfabetização que possa atender e obter resultados para quaisquer tipos de alunos, favorecendo a inclusão e agilizando os processos de aprendizagem, contribuindo assim, para melhor desempenho acadêmico da escola e do Município. 

Público Alvo: 
Professores da rede estadual, municipal ou particular de educação infantil, ensino fundamental, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos educacionais, fonoaudiólogos envolvidos com a educação, num total de até 100 profissionais.

Objetivo Geral:
•    Proporcionar desenvolvimento e aperfeiçoamento aos profissionais.

Objetivos Específicos:
 
•    Capacitar o educador a conhecer o desenvolvimento normal do processo de aquisição da leitura e escrita; 
•    Capacitar o educador a identificar o erro durante esse processo, classificando-o e analisando-o para possível remediação pedagógica;
•    Capacitar o educador a alfabetizar crianças com a proposta oferecida pelo Método das Boquinhas;
•    Capacitar o educador a utilizar os livros e materiais de apoio que a metodologia Boquinhas oferece para aplicação prática em sala de aula; 
•    Trocar experiências por meio de discussão de casos durante o curso.

Programa do curso:
1º período:     
- A correlação entre fala e leitura e escrita;
- Os processos neuronais de aquisição da leitura e escrita;
- As rotas de leitura e as fases da escrita;
- Métodos de alfabetização e suas consequências;
- O treino da consciência fonológica e fonêmica;
- O treino dos articulemas e consciência fonoarticulatória.

2º período:
- O erro como ferramenta de trabalho;
- Distinção entre erros esperados no processo de aquisição e erros patológicos;
- Letras com oposição de sonoridade (surdas/sonoras);
- Letras com dificuldades ortográficas;
- Análises de escrita.

3º período:  
   
- Pressupostos teóricos do Método das Boquinhas;
- Vogais: passagem da hipótese pré-silábica para silábica alfabética;
- A sílaba e o processo alfabético de escrita; 
- Os exercícios do livro Alfabetização com as Boquinhas;
- Trocas de letras e sua recuperação segundo o livro Caderno de Exercícios;
- Uso dos jogos de Boquinhas.

4º período:
- As sílabas complexas;
- Aquisições gramaticais;
- Elaboração e interpretação de textos;
- Aglutinações e segmentações na escrita;
- Exercícios de velocidade de leitura;
- Análise de casos.

Recursos Necessários:
•    Projetor data-show com micro computador;
•    Sistema de som com amplificador para microfone e laptop;
•    Sala com cadeiras;
•    Livro de Alfabetização com Boquinhas- livro do professor e aluno (opcionais);
•    Apostila para todos os alunos, oferecida pela autora;
•    Certificado oferecido pela autora.

Disponível em: http://www.metododasboquinhas.com.br/alfabetizacaopelometododasboquinhas.aspx. Acesso em: 03/08/2016.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=x5adqYkLCdQ. Acesso em: 03/08/2016.