quinta-feira, 30 de junho de 2016

 ALFABETIZADORA DE PAPEL

Iole Faviero Trindade



Os quadros-negros representam uma extensão da professora através de uma teia que se estende de parte do seu corpo a toda a altura desses quadriláteros. No primeiro deles, temos uma conta de somar ("2+2=4") escrita no centro do quadro. No segundo, temos as palavras "bola, babá, dedo [e] dado". A escrita - como atividade que envolve inicialmente o domínio perceptivo e fonético da ortografia e de seus padrões regulares de correspondência entre som e letra - é esperada do/a aluno/a em um determinado momento do processo de aquisição da língua escrita e está presente nessa aula e na representação das "expectativas" da personagem professora que, tendo outras especializações/alfabetismos, não poderia esperar por um aluno lento.

Seus colegas já liam
e escreviam e
Lilito ainda nem sabia
a diferença entre b e d!
Escrevia dola quando 
era bola e bebo
quando era dedo!
Dona Aranha não podia mais esperar, para não atrasar
a sala e Lilito foi ficando para trás... para trás...
Demorava para ler, deborava [sic] para
copiar, demorava para entender!

A desejada homogeneização da turma que acompanha o uso desses "antigos" métodos de alfabetização desobriga a alfabetizadora de atender aos/às alunos/as com competências diversas das esperadas em um período específico do ano letivo. A personagem professora, "desesperada", consegue, por fim, mandar o caracol para uma outra sala de lesmas e tartarugas: "a sala dos pamonhas".

Disponível em: SILVEIRA, Rosa Maria Hessel. Professoras que as histórias nos contam. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

terça-feira, 21 de junho de 2016

UMA CRIANÇA "LEITORANDO" 
 

 
 Alguns neologismos criados:
"leitora"
"Leitorando"
"leitorar"

Uma criança que "leitora" quer entender aquilo, para muitos de nós, é óbvio: como as letras se juntam umas às outras e formam palavras (as coisas que elas veem, conhecem, falam o tempo todo, mas que ainda não entendem o funcionamento. "Leitorar" pode ser entendido como um exercício de tentar entender (ler/entender esse mundo). Quando uma criança está "leitorando", ela quer saber como alguns traços, símbolos e imagens se diferenciam de outros. Ela busca saber se eles são infinitos, se têm características comuns. A criança está "leitorando" quando quer compreender por que alguns desses traços, sinais ou símbolos (as letras, as sílabas, as palavras, as imagens, os textos) aparecem muitas vezes e outros raramente na nossa cultura. Quando está atenta ao "leitorar", a criança começa a ver tudo isso por todos os lugares onde passa (nas ruas, nas padarias, nos supermercados, nas lojas, nos bilhetes, em sacos de pão, na internet, etc). A criança "leitorando" também se interessa muito pelos livros. Com eles, vê coisas, imagina outras, modifica o seu mundo. Com eles, vê coisas, modifica o seu mundo. "Leitorando", a criança também estará em permanente mudança, instigada a sempre ver mais, de novo e o novo.

Gabriela Silveira Meireles

Imagem disponível em: http://www.moodle.ufba.br/course/view.php?id=12182. Acesso em: 21/06/2016.

domingo, 19 de junho de 2016

COMO FALAR DE DOENÇA COM AS CRIANÇAS?
  http://previews.123rf.com/images/tawesit/tawesit1409/tawesit140900124/32161318-Nurse-vaccinate-child-cartoon-character-Stock-Photo.jpg 


A doença ou o adoecimento é algo que realmente faz parte da vida". É com a doença que e aprendemos a ver que não somos onipotentes ou insubstituíveis. É com a doença que o corpo se cansa e faz co que pensemos mais sobre a nossa vida. é com a doença que temos de deixar o nosso orgulho de lado e reconhecer que precisamos da ajuda das pessoas (às vezes para as coisas mais simples, como tomar banho, comer e falar). A doença faz com que, algumas vezes, sejamos mais humildes e mais solidários, passando a observar mais as dificuldades e necessidades do outro. Por tudo isso, a doença não é algo ruim (um castigo), como muitos pensam. Elas em geral, nos fazem refletir e, por isso, nos torna pessoas melhores. Algumas vezes elas também fazem com que valorizemos as pessoas que estão ao nosso redor (aquelas que nos amam de verdade e que torcem a cada minuto para que fiquemos bem de novo!). Essas pessoas podem ser amigos, conhecidos, colegas de trabalho, etc, mas geralmente são as pessoas da nossa família (aquelas a quem a gente raramente dá valor merecido). Tá aí uma ótima oportunidade para reparar esses laços, dizer que as ama, agradecer a todo carinho que depositaram por um dia,  uma semana, um mês, um ano, uma vida inteira! Em geral, a doença é algo passageiro, mas há pessoas que lutam a vida toda com a mesma doença e ainda outras decorrentes dela. Por isso, falar de doença com crianças é, antes de tudo, ensinar-lhes o que pode aprender com aquela doença. É dar-lhes oportunidades de fazer coisas que não faria se não estivesse quietinho na cama, de conversas com diferentes pessoas que querem lhe ajudar (no hospital, por exemplo, os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e até mesmo as visitas que receber). Adoecer é, assim, uma oportunidade de estar cercado/a de pessoas queridas e de aprender com elas!

TODA A ENFERMIDADE DO CORPO É PROCESSO EDUCATIVO PARA A ALMA (Pelo espírito Neio Lucio)


A DOENÇA NA VISÃO ESPÍRITA:


Nossa postura diante dos desequilíbrios da saúde mostra nossa evolução espiritual. A visão materialista da vida, que se impõe em seus conceitos em todas as áreas da atividade humana, afirma que depois da morte do corpo não há nada a se esperar; que a vida física nada mais é que um resultado de forças que se conjugam adequadamente; que o objetivo da vida é ser feliz a qualquer custo, não medindo conseqüências para alcançar tal finalidade.
Essa forma de considerar a vida no planeta é responsável por um grande número de desesperados diante da dor física, seja ela passageira ou de natureza crônica. Para muitas, a doença é um castigo de Deus, não encontrando nela nenhum objetivo elevado.
É comum encontrarmos pessoas que se sentem aterrorizadas diante de algumas doenças. Se algum conhecido padece desse mal, assim se referem ao fato: - “Fulano está com ‘aquela’ doença.” Nem sequer pronunciam o nome da doença, com medo de se contagiarem.
Encontramos pessoas que se tomarem conhecimento da doença grave de que são portadoras, entram em desespero, complicando seu tratamento e a vida de quem cuida delas.
Há doentes que se apegam à doença que possuem. Parece antagônico mas, embora digam que se sentem amargurados por estarem doentes, no fundo apegam-se a ela com todas as suas forças. Contam, com detalhes, tudo o que sentem, cada medicamento que tomam, as sensações que eles produzem, o que o médico disse, etc, etc.. Não encontram outro assunto para conversar e geralmente dominam a conversa falando somente sobre a doença e sobre si mesmos...
Há aqueles que adoram ir ao médico, seja de que especialidade for. Perambulam de consultório em consultório, tentando encontrar um desajuste orgânico qualquer, para que possam ocupar o tempo disponível que têm.
Todas essas formas desequilibradas de se encarar os desajustes orgânicos mostram que, além do problema físico, há também um desajuste psicológico.
No entanto, encontramos igualmente inúmeros casos de pessoas que sabem encarar, de maneira positiva, a enfermidade ou as limitações físicas de que são portadoras, distribuindo lições de encorajamento, de paciência e de alegria com a vida! 
O Espiritismo nos dá uma visão muito mais avançada e justa na questão das doenças. Ensinam os Benfeitores Espirituais que o desequilíbrio físico, seja ele passageiro ou não, representa um recurso utilizado pela Justiça Divina para disciplinar nosso Espírito, ainda rebelde e indisciplinado perante os desígnios de Deus.
Com a Doutrina Espírita aprendemos que cada célula do nosso corpo físico está “conectada” à uma célula em nosso corpo espiritual. Assim, quando lesamos nosso corpo físico, geralmente pelos excessos de todo tipo, estaremos, na verdade, lesando nosso corpo espiritual. Da mesma forma, se causamos qualquer tipo de desgaste orgânico em alguém, seja através do trabalho forçado ou de castigos físicos, assumimos um compromisso gravíssimo, vindo a padecer, em vidas futuras, o mesmo mal que causamos à saúde desses nossos irmãos.
Comprometidos negativamente com os prejuízos causados em nosso corpo físico, ou sobre a saúde dos outros, ao reencarnarmos, trazemos esses desajustes inerentes ao nosso corpo espiritual, que, no momento propício irão se manifestar. Seja qual for a causa do desajuste da saúde, ela está sempre ligada à nossa necessidade de correção, auxiliando nosso progresso espiritual.
A visão espírita da vida, do sofrimento e da dor nos confere grande calma e paciência, resignação e coragem diante das preocupações causadas pelas enfermidades, sejam nossas ou naqueles a quem amamos.
Especialmente na questão da saúde, citamos aqui um trecho de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo 8, item 20. Trata-se de uma mensagem do Espírito de João Maria Batista Vianney (França, 1786-1859), o digníssimo Cura de Ars (vilarejo no Sul da França). Esse missionário era procurado por inúmeras pessoas que o buscavam para obterem a cura de seus males e, pelo seu imenso amor aos sofredores, muitas foram alcançadas pelo seu intermédio. Mas, nessa mensagem ele assim se refere à questão da saúde física e espiritual:
“Nas vossas aflições voltai sempre os vossos olhos para o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: ‘Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne se eleve para vós com a brancura que possuía quando a criastes’. Após esta prece, meus bons amigos, que o  Bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas, e talvez também a cura que temerosamente pedistes, como recompensa de vossa abnegação.”

Parte do texto disponível em: http://geak2002.blogspot.com.br/2011/11/doencas-e-doentes.html. Acesso em: 19/06/2016.

Imagens disponíveis em: https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fwww.jogosparamenina.net%2F_arquivos%2Fjogosonline%2Fimgs%2Fbob-esponja-doente-no-hospital_f0ec388c594668c54805e93d871eade0.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.jogosparamenina.net%2Fjogo%2Fbob-esponja-doente-no-hospital%2F&docid=zIEgFBiGdPKB4M&tbnid=69UFPw6z2-06tM%3A&w=298&h=255&client=firefox-b-ab&bih=641&biw=1280&ved=0ahUKEwiXoovLqrTNAhWDW5AKHdb-Bh8QMwhUKDAwMA&iact=mrc&uact=8; http://celuiza.blogspot.com.br/2013/05/o-espiritismo-e-as-doencas.html. Acesso em: 19/06/2016