sexta-feira, 29 de abril de 2016

OS BONS E OS MAUS ENCONTROS EM DELEUZE E SPINOZA


Deleuze privilegia em Espinosa uma questão ontológica, gnoseológica e uma questão ética.
Ele se interessa muito pela ética.
Na primeira parte da ÉTICA de Espinosa há uma abordagem sobre a ontologia de Deus. Na segunda parte, ele aborda sobre a teoria do conhecimento. Na terceira parte o foco é a ética.
O objetivo final da filosofia de Espinosa converge para uma ética.
O que é uma ética da potência?
Só se pode entender a ética de Espinosa com a teoria do conhecimento.
Na teoria do conhecimento privilegia-se o conceito de idéia. Na ética de Espinosa, privilegia-se o afeto.
Espinosa defende vários tipos de idéias:
Primeiro tipo: Idéia afecção. Observe o conceito de afecção em Espinosa. Afecção é uma modificação de corpos. É um efeito de um corpo sobre o outro; é uma mistura de corpos; um corpo age sobre o outro e o que recebe, recebe as características do primeiro corpo (idéia de causa-efeito).
Disse Espinosa: “Vejo o solo a 200 pés de distância como uma superfície chata”.
No primeiro nível é necessário o conhecimento dos efeitos. 
Segundo Deleuze, nós não somos racionais, mas podemos nos tornar racionais (Deleuze contrapondo Descartes e o positivismo).
Nós somos idéias vindo de outros corpos.
As idéias de afecção só conhecem as coisas por seus efeitos sem conhecer as próprias causas.
Idéias afecções são representações dos efeitos sem causas.
Idéias inadequadas são conclusões sem premissas.
Deleuze aborda o tema do encontro dos corpos. Deleuze vai enaltecer Espinosa por ter sido o primeiro a valorizar o corpo.
Em Platão há a valorização da alma em detrimento do corpo.
Espinosa considera corpo e alma no mesmo nível. Para ele, no homem o corpo corresponde à extensão de Deus. Deus é a natureza. Deus é a substância e nós somos modos dessa substância. 
Na relação entre teoria do conhecimento e ética há o encontro fortuito, encontro carnal, proveniente do acaso.
Enquanto tivermos idéias de afecções, isto é, idéias inadequadas, viveremos ao acaso dos encontros. 
Algumas pessoas não conseguem organizar os encontros.
Para Espinosa não existe bem e mal. O que existe é o bom e o mau. O bom está relacionado aos bons encontros e o mau, está atrelado aos maus encontros.
Deleuze valoriza em Espinosa uma ética da singularidade.
Há relações características em meu corpo e quando interagimos com outro, as partículas estão em relação. Relação constitui uma determinada característica que determina um corpo.
Bom encontro é a boa relação entre dois corpos. Mau encontro é onde dois corpos se relacionam, entretanto, um dos corpos procura destruir as relações características do outro. O mau para Espinosa, é o mau encontro.
A morte vem de fora (Deleuze valoriza isso em Espinosa). A destruição da individualidade vem de uma mau mistura.
Consultar o livro ESPINOSA: FILOSOFIA PRÁTICA.
Observe o conceito de afeto em Espinosa. Afeto não é afecção, mas corresponde à uma afecção. 
Deleuze faz contraposição entre afetos e sentimentos.
Consultar o livro de Deleuze ESPINOSA E O PROBLEMA DA EXPRESSÃO (livro difícil).
Há uma sinonia entre afetos e sentimentos. Deleuze vai relacionar o afeto à potência. Há uma ética da potência. Espinosa fala em potência de ser e de agir.
Quando eu tenho um bom encontro a minha potência aumenta.
O que é o bom? O que eleva a potência.
O que é o mau? O que diminui e impede o desenvolvimento da potência.
Quando minha potência de existir aumenta, eu sinto alegria.
Alegria e tristeza são sintomas de nosso estado de potência. São indicações de meu estado de potência devido aos encontros. Alegria e tristeza são dois afetos principais.
A esperança é uma mistura de tristeza e alegria.
O afeto não é uma idéia embora suponha uma afecção.
A afecção é representativa, pois representa um corpo. O afeto não é representativo.
Existe uma variação de potência em nosso viver. Nossas vidas é uma sucessão de idéias que nascem de encontros diários.
Há uma força de existir; há uma potência de agir.
Nós produzimos idéias.
Há uma variação contínua da força de agir e existir (isso é o afeto).
Deleuze considera a ÉTICA de Espinosa um dos livros mais positivos da história.
Lacan gosta muito de Espinosa.
Por detrás do Édipo está o desejo. Em Espinosa e vontade potência, Deleuze fala do desejo como produção e do desejo como criação.
A falta é a ilusão da fraqueza (Nietzsche).
Afeto implica em noção de que o corpo ao poder de ser afetado.
O que pode um corpo? Essa é a questão básica da ÉTICA de Espinosa.
Deleuze valoriza uma vida, questão da singularidade.
Na perfeição maior a potência aumenta. Na perfeição menor a potência diminui. Para Espinosa, nós vivemos em estado de perfeição e nada nos falta. Consultar BORGES E O ESTADO DE CEGUEIRA (à um cego não falta nada).
O corpo vai sempre ao máximo que ele pode. Deleuze é um filósofo do limite.
Na perfeição não há uma meta a atingir. Tanto na perfeição maior quanto menor somos perfeitos.
Todo corpo se encontra em estado de perfeição devido às afecções que ele se encontra.
Mesmo com as variações de afecções, o sujeito vai ao máximo da perfeição que ele pode.
Pensa-se bem quando está alegre (Espinosa).
Como é possível essa variação afetiva se o poder de ser afetado pode ser sempre preenchido?
Univocidade é uma mesma palavra usada para conceitos diferentes.
Deus é a substância única e nós somos modos da substância, portanto, estamos na substância.
O bom depende de nosso poder de ser afetado.
Estamos sempre no nível das paixões. Alegria e tristeza são as paixões.
Afetos passivos podem ser alegres ou tristes.
Idéias-noções ou noções comuns são superiores as idéias afecção.
Idéias noções são ações. Idéias afecções são paixões.
Idéias noções, comporta a conveniência das formas, as relações características de dois corpos, isto é, o conhecimento das características do corpo que afeta e o que é afetado.
A natureza da relação gera um determinado efeito.
“Se eu soubesse porque alguém me agrada ou me desagrada, eu teria uma idéia adequada, conheceria pelas causas ao invés de somente pelos efeitos” (Espinosa).
Paixão é o resultado dos efeitos, de idéias inadequadas.
Afeto é o pensamento não representativo. É uma ação fruto de uma idéia adequada.
O conhecimento das essências é o conhecimento igual a Deus.
A eternidade é a intensidade (Espinosa). Perdemos a quantidade e a qualidade na morte, mas jamais a intensidade.
Segundo Deleuze, nos livros IV e V existem uma teoria genética da ética.
Segundo Foucault, a noção de criança surge no século XVIII. Para Espinosa, a criança vive no mundo das paixões. Adão representa a infância da humanidade. Deus colocou uma tabuleta dizendo NÃO COMA porque será um mau encontro. Adão e Eva entraram pelo cano ao desobedecer (atitude típica da curiosidade infantil).
Como ser ativo e racional?
No nível da ação eu estou sempre alegre. Toda ação é alegre.
O homem é livre quando toma posse de sua potência de agir.
CONATOS é uma palavra do que vem do latim e que designa esforço para aumentar a potência (interpretação de Deleuze).
Nietzsche criticou a idéia de CONATOS em Espinosa como sendo instinto de conservação.
A razão permite ao homem organizar os encontros (Deleuze).
Quando somos afetados pela tristeza, nossa potência diminui porque a gente investe tudo para eliminar aquele corpo que não combina com o nosso.
Em GENEALOGIA DA MORAL de Nietzsche, o ser está na ação. Você é o que age.
Como ir além? 
Quando eu sou afetado de alegria, minha potência de ser aumenta. Há uma conveniência de ambos os corpos.
A tristeza impede que se construa uma noção comum entre você e o outro corpo.
A alegria nos impulsiona para fora do estado de variação contínua (Deleuze).
Em geral estamos fazendo a conta das tristezas (Espinosa). TRISTEZA NÃO TEM FIM, FELICIDADE SIM de Tom Jobim e Vinícius de Moraes (música de caráter espinosiano).
Investe nas alegrias porque ela pode trazer a causa de uma noção comum. CANTA, CANTA MINHA GENTE, DEIXA A TRISTEZA PRÁ QUE A VIDA VAI MELHORAR (Martinho da Vila).
A gênese tanto da razão quanto da ação nasce das paixões alegres.
A alegria é uma ocasião favorável.
Espinosa e Nietzsche são filósofos da alegria. Nietzsche exalta a alegria apesar dos sofrimentos. Sofrimento não rima com alegria foi a grande jogada de Nietzsche.
Beckett e Kafka escreveram contos para rir.
Alegria é um trampolim que nos impulsiona para um conhecimento adequado.
A gênese da razão e da ação é um aperfeiçoamento das nossas idéias e nossos afetos. Ao término seremos ativos, livres e racionais.
Espinosa escreveu o livro A ÉTICA para dizer que é melhor ser alegre do que ser triste.
(Samba da benção de Vinícius de Moraes e Baden Powell)
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração


segunda-feira, 18 de abril de 2016

CRIANÇAS PERGUNTAM,
 ADULTOS RESPONDEM SOBRE O IMPEACHMENT
   

1. O que é o impeachment?

É a possibilidade de o/a Presidente/a da República ser afastado do poder em casos de crimes contra o bem público, previstos em suas Constituições. Nesse caso, ocorre um processo que é denominado de impeachment, para que o/a Presidente/a seja afastado do cargo, até que outro/a parlamentar seja eleito/a.

2. Por que as pessoas estão brigando?

Porque tem pessoas que querem que a Presidenta saia do governo e outras que querem muito que ela fique no governo. Cada grupo tem seus motivos para lutar.

3. Por que as pessoas xingam e vaiam quando as outras falam?

Isso ocorreu nesse último domingo (17/04/2016) na votação dos deputados. Ocorre assim porque essas pessoas, mesmo grandes, ainda não aprenderam a se respeitar, ou seja, que "quando um fala, o outro escuta".

4. Por que querem tirar a Dilma de lá? 

Porque algumas pessoas acham que ela roubou (o chamado "crime de responsabilidade fiscal"). Outras pessoas querem que ela e todos/as os/as membros do PT se dêem mal.

5. Por que algumas pessoas estão de verde e amarelo e outras de vermelho?

Porque algumas pertencem a uma maioria conservadora que diz não ser de nenhum partido político (usam as cores da nossa bandeira - verde e amarelo) e outras defendem os direitos da democracia, do povo, das minorias e por isso precisam lutar mais (vermelho é a cor da luta).

6. Por que fizeram um muro em Brasília? 

Para separar quem era a favor e quem era contra a saída da Dilma do governo. E também porque menosprezam a nossa civilidade (ou seja, a capacidade de pensarmos diferente e mesmo assim não brigarmos).

7. A Dilma é mesmo uma ladra? Ela roubou dinheiro da gente? 

Por por enquanto ninguém sabe se ela roubou de verdade, mas mesmo assim a chamam de ladra.

8. Por que tem gente que ficou muito triste com a saída da Dilma?

Porque ela e o PT fizeram muitas coisas boas para o nosso país, principalmente para as pessoas pobres que mais precisam (Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, investimento em agricultura, assentamento de terras, programas de ampliação da educação superior, etc).

9. Como podemos salvar o Brasil?

Somente lutando a favor da democracia.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

O PERFIL DO/A PROFESSOR/A ALFABETIZADOR/A
        

A alfabetização tem sido uma questão bastante discutida uma vez que há muitas décadas vem se observando as mesmas dificuldades de aprendizagem, reprovações, e abandono da escola por parte dos alunos, entre outros. Estas dificuldades são velhas conhecidas de todos, assim como seus mecanismos de produção do fracasso. Embora o assunto faça parte de um discurso um tanto desgastado, não há como se iludir fechando os olhos e fazendo de conta que o problema não existe. Existe e é estrutural, sendo profundamente relacionado, a fatores sociais, político, econômico e cultural.

De acordo com Carvalho (2003), para o professor, a primeira turma de alfabetização é uma responsabilidade que preocupa e assusta. Colegas de trabalho e famílias dos alunos estão atentos aos resultados. Quem tem êxito constrói uma reputação valiosa. Quem fracassa, recebe no ano seguinte uma turma mais fraca, de crianças mais pobres, repetentes, que não tem quem olhe por elas.

Há uma forte tendência em se atribuir o fracasso escolar ao professor e à sua má formação profissional. Não se pode negar, que a ação pedagógica do professor contribui, em grande parte, para que o processo ensino-aprendizagem realmente aconteça ou deixe de acontecer. E, no que se refere a essa ação, há um aspecto que não pode ser esquecido: a formação do professor. 

Esta formação não se concretiza apenas no curso específico, ao nível de ensino médio ou superior, ela se dá também através do trabalho que o professor realiza no dia-a-dia em sala de aula, é em contato com os alunos que a sua prática adquire sentido e se efetiva, uma vez que incorpora a realidade.  Esse processo pedagógico, por sua própria natureza, é geralmente construído e reconstruído, avança e recua, dá saltos, tem contradições e, muitas vezes, traz conflitos.

Porém, tais conflitos vão sendo superados à medida que o professor busca meios de melhorar sua prática através de estudos, trocas de experiências, participação em cursos e outras formas de formação.

A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

 O Título VI da LDB, que trata dos profissionais da Educação, compõe-se de sete artigos, alguns dos quais estão mais diretamente ligados à formação do professor alfabetizador, ou seja, daquele que atua nas séries iniciais (1º e 2º ciclos) do ensino fundamental. Em síntese, esses artigos estabelecem:

  • os fundamentos da formação dos profissionais da educação;
  • os níveis de formação docente exigidos para a atuação dos professores na educação básica;
  • as competências dos Institutos Superiores de Educação;
  • o tempo mínimo para a prática de ensino, na formação dos docentes da educação básica;
  • as estratégias para valorização dos profissionais da educação (estatuto, planos e carreira, condições de trabalho).
Segundo os Referenciais para Formação de Professores (Brasília, 1999), por ser extremamente complexa e heterogênea, a realidade brasileira não permite que a formação de professores seja entendida como um processo linear, simples e único. Com certeza, sempre haverá obstáculos a transpor e problemas a resolver, nesse processo.

Não há como ignorar, no entanto, que a LDB – apesar das constantes polêmicas e discussões que tem ocasionado, trouxe consideráveis avanços no que diz respeito à formação dos profissionais da educação.

A formação inicial em nível superior, proposta pela lei, é fundamental, uma vez que habilita o professor para uma atuação mais competente e segura em sala de aula. Entretanto, não se pode desconsiderar que essa formação, por si só, não é garantia de qualidade. Há hoje o consenso de que nenhuma formação inicial, mesmo em nível superior, é suficiente para o desenvolvimento profissional, há que se pensar em modalidades de formação continuada e permanente para todos os professores, as quais também constituem, desde a promulgação da Lei 9394/96, propostas legais para a educação brasileira.

As teorias educacionais e os métodos de alfabetização, ensinados nos cursos normais e nas faculdades de educação, nem sempre respondem – nem sempre se propõem a responder – às questões  cruciais da prática. O senso comum das professoras e a necessidade imediata de resolver os problemas do cotidiano levam-nas a desconfiar da palavra dos teóricos e a valorizar a experiência de ensino. Mas quem ainda não a tem, faz o que? (CARVALHO, 2003)

De acordo com Teberosky (2003) – Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude de um professor para chegar a um resultado positivo em termos de alfabetização. A grande vantagem de trabalhar com as séries iniciais de alfabetização é ter a evolução natural a seu favor. Se não existe patologia, maus-tratos familiares ou algo parecido, eles são máquinas de aprender. Processam rapidamente as informações, têm boa memória, estão sempre dispostos a receber novidades e se empolgam com elas. Um professor que não acha que o estudante seja capaz de aprender é semelhante a um pai que não compra uma bicicleta para o filho porque esse não sabe pedalar. Sem a bicicleta, vai ser mais difícil aprender!

O professor alfabetizador tem a responsabilidade de abrir as portas do conhecimento as crianças que de alguma maneira já tem a sua disposição várias janelas abertas a sua disposição. É preciso refletir  sobre as diferentes alfabetizações que são vividas pelas crianças em seu cotidiano, os saberes e as leituras produzidas nesses embates, para que, reconhecidos e mobilizados dentro da escola, possam se tornar a base do processo de apropriação da linguaguem escrita.

A leitura por sua vez, por meio dos exemplos contidos nas histórias, faz as crianças adquirem maior vivência. O contato com os impulsos emocionais, as reações e os instintos comuns aos seres humanos e o reconhecimento dos fatos e efeitos causados por estes impulsos são exemplos de vida.

DESAFIOS E EXIGÊNCIAS ATUAIS PARA O/A ALFABETIZADOR/A

Para compreender o perfil do alfabetizador é importante contextualizar os conceitos de Alfabetização e Letramento, uma vez que os termos estão diretamente ligados à prática docente deste profissional. Sobre a alfabetização, pode-se dizer que: 

Etimologicamente, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de levar à aquisição do alfabeto, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever. Torna-se por isso, aqui, alfabetização em seu sentido próprio: Processo de aquisição do código escrito, das habilidades de escrita e leitura (SOARES, 1985, p. 20).

Cagliari (1998, p.113) ressalta que “a alfabetização realiza-se quando o aprendiz descobre como o sistema de escrita funciona, isto é, quando aprende a ler, a decifrar a escrita”. Portanto, a formação de alfabetizadores é de extrema relevância, pois se trata de profissionais que desenvolverão sua prática em uma fase crucial no processo de escolarização, na qual a criança e/ou jovens e adultos ainda não dominam as habilidades de leitura e de escrita. 

Para Soares (2004), ao professor, é necessária a sensibilidade para compreender e identificar dificuldades de aprendizagem e ser capaz de refletir sobre o que fazer. Com isso, o ato de alfabetizar ganha uma nova dimensão social, dando origem ao conceito de letramento, definido como Conjunto de práticas sociais que usam a escrita, como sistema simbólico e como tecnologia, em contextos específicos, para objetos também específicos. É o conjunto de práticas do indivíduo ou grupo social, relacionadas com a escrita determinadas e disponibilizadas pelas condições sociais (KLEIMAN, 1995, p.29).

De acordo com Soares (1999), pode-se dizer que o letramento é resultante da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e escrita, ou seja, um grupo social ou um indivíduo apropria-se da escrita e de suas práticas sociais. No entanto, para formar indivíduos letrados não basta apenas alfabetizar; é preciso incentivar a ampliação do repertório de leitura para tipos variados de textos como romances, revistas, jornais, quadrinhos, contratos, fazer pesquisas em enciclopédias, dicionários e bulas de remédios, e também exercitar a escrita em cartas e outros textos.

A alfabetização na perspectiva do letramento está baseada na busca da realização de atividades que levem em consideração os usos sociais da língua escrita, relativa a todas as esferas sociais e escolares. Como destaca Kleimam (2005, p.33), “as práticas de letramento fora da escola têm objetivos sociais relevantes para os participantes da situação. As práticas de letramento escolares visam ao desenvolvimento de habilidades e competências no aluno”.

Essa diferença é uma das razões pelas quais a língua é uma das barreiras mais difíceis de serem transpostas por pessoas que vêm de comunidades em que a escrita não é frequentemente usada e, também, pode estar relacionada à origem social do indivíduo. Por isso, “é função da escola desenvolver no aluno o domínio da linguagem falada institucionalmente aceita” (KATO, 1986, p. 7), uma vez que se trata de uma das exigências da nossa sociedade.

Mediante essas considerações, para se tornar um professor alfabetizador a formação inicial por si só não se faz suficiente; é preciso oportunizar (através de formação contínua) saberes necessários ao profissional para que este sinta segurança ao lecionar e possa de fato contribuir com o processo de ensino-aprendizagem. Vale lembrar que o tempo na docência também se configura num dos elementos indispensáveis para o exercício da profissão, uma vez que a prática pode ser (re)apropriada conforme os diferentes contextos que o professor atua.

Assim como Garcia (1998), defende-se que a prática dos alfabetizadores deve ser pautada num princípio teórico-epistemológico capaz de alicerçar uma postura política, considerando a escola como um espaço de permanente construção, desconstrução e reconstrução. Cabe ressaltar, entretanto, que aos professores é imprescindível administrar a sua própria formação, uma das novas competências necessárias para ensinar. Nesse contexto, formar-se “é aprender, é mudar, a partir de diversos procedimentos pessoais e coletivos de auto-formação” (PERRENOUD, 2000, p. 160).

A importância fundamental da formação continuada, conforme aponta Garcia (2013), é um consenso entre todos aqueles que estão engajados na área da educação, uma vez que a formação inicial não esgota os desafios impostos pela complexidade que se configura o espaço escolar. A atualização docente, de maneira sistemática, consciente da articulação dos distintos saberes que devem estar presentes na formação do professor (experiência, conhecimento específico, prática didático-pedagógica) e é uma das competências que devem construir, justamente, o gerenciamento da profissão.

Além dos saberes proporcionados pela formação inicial e continuada, aqueles advindos da prática docente também são importantes na trajetória profissional. Neste contexto, Tardif (2002), ressalta que o saber docente é plural e é constituído por outros saberes, destacando-se os saberes profissionais, ou seja, aqueles aprendidos nas universidades; os saberes disciplinares, ligados aos saberes pedagógicos; os saberes curriculares, que correspondem aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos escolares; e os saberes experienciais, baseados no trabalho cotidiano.

Partindo então do pressuposto que ao docente é necessário um misto de saberes para desenvolver seu ofício, o diálogo entre os professores sobre a prática reforça e consolida estes saberes docentes e, consequentemente, são capazes de melhorar as próprias qualidades profissionais. Assim, Nóvoa (1992, p. 25) propõe uma formação docente crítico-reflexiva sobre o ofício e as experiências dos educadores para que esta “forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de formação autoparticipada”.

É essa troca de saberes que consolida a prática docente durante o percurso profissional, constituindo-se em conhecimentos que são re(construídos) ao longo da trajetória de formação e atuação profissional. Essa troca possibilita ao professor ampliar sua compreensão sobre questões pedagógicas que envolvam seu trabalho, compartilhando dúvidas, anseios, limitações, desafios, avanços com parceiros mais experientes, permitindo, inclusive, repensar suas atividades e seu ofício.

Acrescenta-se que, ao lado da troca de saberes, é fundamental o professor refletir sobre suas práticas pedagógicas, através da avaliação do seu trabalho dentro da sala de aula. Aos docentes que irão alfabetizar essa tarefa ganha peso considerável, pois é necessário buscar alternativas para se especializarem de modo a construir uma transposição didática visivelmente entendida por alunos que estão iniciando os estudos e enfrentam grandes desafios nessa etapa escolar. 

Entretanto, sabe-se que a formação inicial e continuada, a troca de saberes, a experiência e comprometimento com a profissão docente, bem como a reflexão de práticas, não são suficientes para transpor os desafios da docência. Entre eles, destaca-se a indisciplina, pois é um dos fatores que dificulta a convivência em sala de aula e, consequentemente, o trabalho docente. Vale lembrar que a relação família x escola também se configura num desafio no processo de ensino-aprendizagem. 

A participação da família é de extrema relevância, pois trata-se de “estabelecer uma coerência entre valores trazidos pela escola e aquele que a criança aprende em casa” (SANTOS, 2002, p.95). Embora seja fundamental o diálogo entre os pais e a instituição escolar, sabe-se que na atualidade esse encontro tem sido cada vez mais difícil, seja pelo desinteresse dos pais na vida escolar dos filhos, seja pelo excesso de trabalho que os distancia da escola.

Inúmeros outros desafios poderiam ser aqui apontados e que permeiam o trabalho docente, como, por exemplo, o ritmo de aprendizagem, deficiência na aprendizagem de alguns alunos por fatores variados, desatenção nas aulas, desinteresse pela instituição escolar, entre outros. Nesse sentido, não há um “manual” disponível para ensinar como lecionar; ao contrário, a ressignificação de práticas e condutas nas instituições escolares acontecerá durante a trajetória profissional do professor, lembrando que a experiência na profissão é um dos fatores que contribuem para melhoria do trabalho pedagógico.


DESCREVENDO UM PERFIL DO/A PROFESSOR/A ALFABETIZADOR/A


  Existem algumas especificidades do trabalho de alfabetização que exigem um perfil bastante exigente das/dos professoras/es alfabetizadoras/es,    reunindo saberes específicos das disciplinas ou áreas de conhecimento, saberes pedagógicos, saberes práticos e atitudes, tais como:

OBSERVADOR E MOTIVADOR

• Identifica as diferentes necessidades dos alunos e propõe encaminhamentos que proporcionam o avanço da aprendizagem;
• Cria contextos favoráveis a aprendizagem e situações desafiadoras para a promoção da aprendizagem;
• Compreende a natureza das diferenças entre os alunos;
• Favorece o trabalho cooperativo e a interação entre os alunos;
• Estabelece vínculo real com os alunos;
• Transforma situações cotidianas da sala de aula em atos de leitura e escrita.

PLANEJADOR

• Planeja atividades a partir da realidade a qual se destina;
• Identifica, caracteriza problemas na aprendizagem e busca soluções;
• Prioriza o que é relevante para solucionar problemas;
• Antecipa possibilidades que permitam planejar intervenções;
• Considera a diversidade da sala de aula e atende com atividades próprias;
• Planeja atividades que favorecem a construção da autonomia intelectual;
• Articula objetivos de ensino e objetivos de realização dos alunos;
• Criar situações que aproximam o mais possível a versão escolar e a versão social das práticas e dos conhecimentos que se convertem em conteúdos na escola.

COOPERADOR E ESTUDIOSO

• É aberto e disponível à aprendizagem;
• Trabalha em colaboração com os pares;
• Reflete sobre a própria prática;
• Utiliza a leitura e a escrita em favor do desenvolvimento pessoal e profissional.

TRABALHA COM ROTINAS PEDAGÓGICAS

• Organiza racionalmente o tempo escolar;
• Organiza o espaço em função das propostas de ensino e aprendizagem;
• Utiliza projetos em suas atividades pedagógicas;
• Define prioridade considerando o foco da aprendizagem. 

Disponível em: http://pedagogiaaopedaletra.com/o-professor-alfabetizador/; http://oficinasdatiafernanda.blogspot.com.br/2011/01/perfil-do-professor-alfabetizador.html; https://semect.files.wordpress.com/2010/01/perfil-do-professor-alfabetizador.pdf; www.revista.ueg.br/index.php/temporisacao/article/view/3241/2448. Acesso em: 13/04/2016.

 Imagens disponíveis em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/vou-alfabetizar-todos-eles-fim-ano-423796.shtml?page=3; http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/vou-alfabetizar-todos-eles-fim-ano-423796.shtml?page=6; http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/101/artigo224888-1.asp; http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/35575; http://professoracoruja.com.br/tag/alfabetizacao/; http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=18631:professores-unem-a-teoria-a-pratica-para-alfabetizar-melhor; http://alfabetizacaoeletramentopc.blogspot.com.br/2013/09/cantinho-de-leitura-da-professora_25.html; http://revistaescola.abril.com.br/alfabetizacao/?fb_comment_id=10150151521891864_10153543144466864#f17f1d3b4e1b14. Acesso em: 13/04/2016.



domingo, 10 de abril de 2016

INDICAÇÃO DE LIVRO:
ALGAZARRA DAS LETRAS 

 
  
DADOS TÉCNICOS
Autor:
ISBN13:9788561259228
ISBN10:8561259221
Número de Páginas:0
Número Edição:1
Ano Edição:2011
SINOPSE
Era uma moeda miúda, ou uma moela moída? 
Era uma canela na panela, ou uma flanela na janela?
Eu busquei um buquê, ou belisquei um bocó, ou brinquei de batuque?
Difícil saber, pois cada letra é mais serelepe do que a outra.
Assim sendo, o importante é que você, caro leitor, soja bem feliz.
Perdão, suja bem feliz e leia este livro do caroço de pudim. 
Ou melhor, da corneta ao jardim. Bem, você sabe o que eu quis dizer!

SITES PARA COMPRA

http://www.ciadoslivros.com.br/algazarra-das-letras-657417-p201784

http://loja.editoradimensao.com.br/detalhes-produto/364/Algazarra-das-Letras/subcategoria/32 


Disponível em:  http://imaginandoeducacao.blogspot.com.br/2011/07/lancamento-do-livro-de-literatura.html; http://loja.editoradimensao.com.br/detalhes-produto/364/Algazarra-das-Letras/subcategoria/32; http://www.ciadoslivros.com.br/algazarra-das-letras-657417-p201784. Acesso em: 10/04/2016.
 
 

sábado, 2 de abril de 2016

TIPOS DE INTELIGÊNCIA

A Evolução do Conceito de Inteligência

Durante grande parte dos séculos 19 e 20, acreditou-se que a inteligência podia ser facilmente medida, determinada e comparada através de testes, como o famoso teste de QI, por exemplo, que determinava a inteligência da pessoa em números. No entanto, com o tempo, o teste de QI foi caindo em descrédito, pois pouco a pouco foi se notando que nem sempre as pessoas mais inteligentes e bem sucedidas obtinham os melhores resultados.

Os psicólogos e pesquisadores começaram a notar que havia alguns casos de pessoas que obtinham resultados medíocres nos testes de QI, mas que se davam bem na vida, pois eram determinadas, disciplinadas, persistentes e carismáticas. Com isso, o conceito de inteligência foi sendo mais estudado e, consequentemente, ampliado.

As Inteligências Predominantes:

Porcentagem das pessoas em que cada tipo de inteligência predomina:
Inteligência Linguística * 29 % Inteligência Linguistica: 29%
Inteligência Lógica * 29 % Inteligência Lógica: 29%
Inteligência Motora 16 % Inteligência Motora: 16%
Inteligência Espacial 14 % Inteligência Espacial: 14%
Inteligência Musical 6 % Inteligência Musical: 6%
Inteligência Interpessoal 4 % Inteligência Interpessoal: 4%
Inteligência Intrapessoal 2 % Inteligência Intrapessoal: 2%

* São as chamadas Inteligências Clássicas, as inteligências que aparecem no teste de QI.


TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER

A teoria de Gardner sobre inteligências múltiplas diz que todos nascem com tendências genéticas e elas, quando potencializadas pelo ambiente, podem resultar em diferentes habilidades. “A pessoa nasce com todas as inteligências e desenvolve apenas uma ou duas até a excelência. Provavelmente, elas são dependentes não apenas de um gene, mas de inúmeros genes, que se relacionam de forma complexa”, diz Danucalov. A pergunta, então, é: como descobrir quais são nossas inteligências mais afloradas? Káritas afirma que há testes psicológicos para determiná-las, “mas a melhor forma é fazer com que a pessoa esteja inserida em ambientes desafiadores que estimulem todas as formas de manifestação cognitiva”. Ela também lembra que é importante proporcionar vivências ao indivíduo para que ele perceba naturalmente em quais atividades se sobressai.

Qual é o seu QE?

A imprensa começou a prestar atenção na questão da inteligência emocional com a publicação da obra Inteligência Emocional, de Daniel Goleman. Hoje, seus conceitos são aplicados em muitas profissões, sobretudo na área de recursos humanos. A inteligência emocional também corresponde à interpessoal e intrapessoal propostas por Howard Gardner.

Segundo Danucalov, desenvolvemos as inteligências ao longo da vida, mas existem as chamadas “janelas de oportunidade”, períodos nos quais o aprendizado é facilitado. “Podemos aprender uma nova língua a qualquer momento da vida, mas, se quisermos aprendê-la sem sotaque, precisamos ser expostos a ela precocemente, até os 10 anos de idade”, exemplifica. Ele também sublinha que trabalhar com as múltiplas inteligências pode ser mais complexo que o imaginado. Por exemplo, uma criança ter aula de violão uma vez por semana não implica o desenvolvimento da inteligência musical. “Há mais chance de desenvolver essa inteligência se o ensino dos acordes e das sequências harmônicas estiver atrelado à necessidade de solucionar um problema, transmitir uma informação”, explica.

Em sua obra, Gardner deixou as portas abertas para novos tipos de inteligência. Tanto que outros pesquisadores começaram a lançar hipóteses de diferentes intelectos, como o naturalista, referente ao conhecimento da natureza. Segundo Gardner, para uma nova classificação de inteligência ser aceita pela academia, ela deve preencher alguns quesitos, como base biogenética e neurológica, e possibilidade de essa capacidade facilitar a adaptação ao meio. No entanto, Danucalov enfatiza que não existem indivíduos que consigam utilizar o potencial de todas as inteligências. “Os seres humanos devem ter tendências genéticas a desenvolver uma ou duas das citadas inteligências; as demais estarão presentes, porém não atingirão grandes escores quando medidas”.

O escritor canadense Don Tapscott, autor de A Hora da Geração Digital, não propõe um tipo de inteligência, mas sublinha que a tecnologia tem causado impacto no comportamento e no cérebro. No livro, ele aponta algumas alterações nas habilidades mentais de uma pessoa em razão da tecnologia, como o caso de C. Shawn Green, aluno de medicina da Universidade de Rochester (Estados Unidos), que obteve nota máxima em um teste de reflexos visuais no qual as outras pessoas conseguiam em média 60% de sucesso. A justificativa para o olhar aguçado foram as horas jogando Counter- Strike, um game de ação para computador no qual o jogador deve encontrar terroristas e matá-los. Em artigo publicado na revista científica Nature, Green e a neurocientista Daphne Bavelier, da Universidade de Rochester, escrevem que esse tipo de jogo é capaz de aumentar a percepção e o processamento de informações visuais.

“O cérebro é especialmente adaptável a influências externas nos primeiros três anos de vida, na adolescência e nos primeiros anos da vida adulta, que é exatamente quando a maioria dos jovens da geração internet está mergulhada na tecnologia digital interativa de 20 a 30 horas por semana”, escreve Tapscott. Baseado nesse pressuposto, o autor argumenta que muitos integrantes dessa geração possuem algumas habilidades a mais, como capacidade espacial, rapidez em pesquisas na web e troca de atenção em tarefas.

Tecnologias, como computador e internet, usadas corretamente, podem ser excelentes ferramentas para potencializar algumas habilidades.

Tapscott lembra que muitos estudos desfizeram o mito de que o cérebro para de se desenvolver após uma certa idade. Segundo ele, certas pesquisas comprovam que o cérebro muda ao longo da vida. Por exemplo, alguns taxistas de Londres, que precisam decorar todas as ruas de sua cidade, têm o hipocampo (região do cérebro associada à memória) maior que o de motoristas de outras categorias. Logo, o cérebro dos jovens que se expõem muitas horas por dia à tecnologia interativa pode ser remodelado ao longo de sua vida, potencializando certas habilidades.

De acordo com Tapscott, ao contrário do que muitos pesquisadores alegam, os jovens de hoje podem ser potenciais gênios. O escritor canadense frisa que as novas tecnologias de informação estão remodelando a maneira como as pessoas absorvem conhecimento e o passam adiante. Com isso, talvez daqui a alguns anos se possa diagnosticar novos tipos de inteligência, capazes de enfrentar os desafios com que a humanidade já se defronta.

História do QI

Em 1900, o psicólogo francês Alfred Binet criou um teste capaz de predizer se uma criança obteria sucesso nas séries primárias das escolas parisienses. O exame, que avaliava a idade mental do jovem, foi considerado o primeiro teste de inteligência. Em 1914, três anos após a morte de Binet, o alemão William Stern propôs a fórmula de divisão da idade mental da criança pela cronológica. O resultado seria o quociente de inteligência, o QI que conhecemos. Mais tarde, essa fórmula foi revisada por Lewis Terman, da Universidade Stanford, que multiplicou o resultado por 100, dando origem ao teste de inteligência Stanford-Binet, um dos mais usados por 50 anos.

Tipos de inteligência

Howard Gardner identificou sete tipos de inteligência e elaborou requisitos para identificar outros tipos de talentos.

Linguística – Relacionada a leitura, escrita e fala. Pessoas que têm seu ponto forte na linguagem, como poetas e escritores, possuem facilidade em lidar com a expressão escrita e oral. Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade são exemplos dessa inteligência.
Você fala e escreve bem? Então essa pode ser a seu tipo de inteligência. As pessoas que possuem inteligência linguística tem muita facilidade em se expressar oralmente e na forma escrita.Além de serem muito expressivas, também são muito atenciosas e possuem uma alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma das inteligências mais comuns e está fortemente relacionada ao lado esquerdo do cérebro.

Musical – Associada àqueles que têm facilidade em compreender o som, captar sua expressão e transmitir sentimento através dele, como Mozart, Jimi Hendrix e Gilberto Gil. Este é um dos tipo raros de inteligência. Pessoas com inteligência musical tem uma grande facilidade para escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas musicais. Elas conseguem ouvir e processar sons como a maioria das pessoas não consegue. A capacidade também está ligada a criação de músicas e harmonias inéditas. Algumas pessoas tem esta inteligência tão evoluída que são capazes de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Como o curioso caso de um jovem, que aprendeu a tocar 13 instrumentos depois de leva uma pancada na cabeça. Assim como a inteligência espacial, este é um dos tipos de inteligência fortemente relacionados a criatividade.

Lógico-matemática – É a inteligência que remete ao universo lógico, repleto de números e fórmulas. A maioria dos testes de QI acaba medindo esse tipo de intelecto, exemplificado nos físicos Albert Einstein e Niels Bohr. Pessoas com esse perfil de inteligência possuem alta capacidade de memória e um grande talento para lidar com matemática, lógica e cálculos em geral. Além de facilidade para encontrar soluções de problemas complexos e a capacidade de dividir estes problemas em problemas menores e ir os resolvendo até chegar na resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas.

Espacial – Está relacionada a pessoas que têm facilidade em trabalhar com coordenadas espaciais e em pensar em imagens, como o arquiteto Oscar Niemeyer ou o pintor Pablo Picasso. Esta inteligência está ligada a pessoas com uma enorme facilidade para criar, imaginar e desenhar. As pessoas com essa capacidade têm uma grande capacidade de criação em geral, mas principalmente um enorme talento para a arte gráfica. As principais características de pessoas com inteligência espacial são a criatividade e a sensibilidade, pois elas são capazes de imaginar, criar e enxergar coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido geralmente não consegue.

Corporal-cinestésica ou Motora – A facilidade em se locomover pelo espaço, conhecer bem o potencial físico do seu corpo e ter boa coordenação motora é típica de grandes nomes do esporte, como Pelé e Michael Jordan. As pessoas que possuem este tipo de inteligência têm um grande talento em expressão corporal e uma noção incrível de espaço, distância e profundidade. Elas costumam ter um controle sobre o corpo maior que o normal. É uma inteligência relacionada a porção do cérebro que controla os movimentos voluntários do corpo. É muito comum em esportistas olímpicos e de alta performance e é um dos tipos de inteligência diretamente relacionado a coordenação e capacidade motora.

Interpessoal – Está ligada à habilidade de lidar com outras pessoas e a trabalhar em grupo. Frequentemente é vinculada a professores e políticos, como Barack Obama. Inteligência interpessoal é um tipo de inteligência ligada a capacidade natural de liderança. Pessoas com este perfil de inteligência são extremamente ativas e em geral causam uma grande admiração nas outras pessoas. Elas são lideres práticos e chamam a responsabilidade para si. Além de  calmos, são diretos e tem uma enorme capacidade para convencer as pessoas a fazer tudo o que eles acham necessário. São capazes também de identificar as qualidades das pessoas e extrair o melhor delas organizando equipes e coordenando trabalho em conjunto.

Intrapessoal – É a inteligência relacionada ao autoconhecimento e ao equilíbrio interior, inclusive quando a pessoa se encontra em situações difíceis. O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela é um de seus melhores exemplos. É outro tipo raro de inteligência que também está relacionado com a liderança. Quem possui a inteligência interpessoal tem uma grande facilidade em entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Ao contrário dos lideres interpessoais que são ativos, os lideres intrapessoais são mais reservados, exercendo a liderança de um modo mais indireto, através do carisma e influenciando as pessoas através de idéias e não de ações. Entre todos os tipos de inteligência, este é considerado o mais raro.

Naturalista – Essa inteligência, proposta após a divulgação das ideias de Gardner, está associada àqueles que têm grande facilidade em transitar pela natureza, como os índios.

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Disponível em: https://biosom.com.br/blog/curiosidades/os-9-tipos-de-inteligencia-humana/; https://catracalivre.com.br/geral/educacao-3/indicacao/existem-sete-tipos-de-inteligencia-descubra-qual-e-a-sua/; http://www.guiadacarreira.com.br/auto-conhecimento/7-tipos-de-inteligencia/. Acesso em: 02/04/2016.

Imagem disponível em: http://nogranastudent.blogspot.com.br/2010/12/achei-interessante-7-tipos-de.html. Acesso em: 02/04/2016.