sexta-feira, 18 de setembro de 2015

CRIANÇAS TRANSGÊNERO: 
MAIS UMA POSSIBILIDADE DE VIDA!


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Com certeza, sempre existiram muitos casos de transgêneros, no entanto, é algo pouco falado já que se trata de um assunto tabu. Ultimamente, aqui no Brasil, o tema acabou ficando em evidência com a modelo Lea T., filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo.
Mas imagine as situações e frustrações que Lea e seus pais passaram quando ela ainda era uma criança? Então, apesar de todo o preconceito e sofrimento, algumas famílias estão enfrentando o mundo pela aceitação de seus filhos.
Com isso, diversos casos têm se tornado público. Por exemplo, uma mãe norte-americana com filho diagnosticado como "gender non-conforming", ou seja, indivíduo que não se encaixa em um estereótipo claro de gênero, relata em seu blog o comportamento do pequeno, que desde os 2,5 anos tem mostrado interesses femininos.
Cheryl Kilodavis, autora do livro "My Princess Boy" ("Meu Menino Princesa") se surpreendeu quando seu filho caçula Dyson passou a se interessar por vestidos de princesas. No entanto, ela ainda não tem certeza se ele é uma criança transgênero, pois ele se identifica como menino, apesar de gostar dos vestidos.
Também nos Estados Unidos, um casal contou à rede de televisão ABC que seu filho Coy Mathis já se recusava a usar roupas de meninos quando tinha apenas 1,5 ano.
Breno Rosostolato, psicólogo clínico e professor da Faculdade Santa Marcelina, diz que são exatamente esses os primeiros sinais e ressalta que não é algo raro. "Os casos de crianças que apresentam preferências e comportamentos do gênero oposto e não correspondem ao comportamento esperado conforme sua anatomia são comuns e as primeiras evidências surgem ainda na primeira infância."
Ele explica que existe um termo apropriado, o "gender non-conforming", ou seja, crianças que não se encaixam a classificações tradicionais de gênero: menino ou menina, como mencionado anteriormente. "Os sinais mais evidentes são revelados nas brincadeiras, escolhas de brinquedos e roupas. Existe, inclusive, todo um movimento de dar liberdade para a criança se enquadrar naturalmente ao gênero que ela desejar, o "gender neutral parenting" (criação de gênero neutro). A incompatibilidade com o corpo vai se manifestar de forma mais acentuada à medida que esta criança se desenvolve", detalha Rosostolato.
Logo, vale definir o que é indivíduo transgênero. "Ele é sustentado pela identidade sexual, ou seja, a maneira como se identifica e se reconhece. Nem sempre o corpo confirma aquilo que ele pensa. É o homem que se vê como mulher, mas o corpo não combina com sua identidade e vice-versa. Os transgêneros são os sexos cerebrais", explana o especialista, acrescentando que gênero, masculino ou feminino, erroneamente, é um eufemismo para sexo. "O sexo está ligado ao órgão genital, pênis ou vagina. O gênero é o comportamento, postura e atitude que a sociedade espera e que, portanto, é imposto."
Em razão do desconhecimento dessa definição mais detalhada apresentada pelo psicólogo, é muito comum as pessoas associarem o transgênero ao homossexualismo. Na verdade, isso é um engano, já que a homossexualidade, assim como a heterossexualidade e a bissexualidade, está ligada à sexualidade, ou seja, como é vivenciado e concretizado o desejo sexual. Logo, a orientação sexual não está condicionada ao órgão sexual, pênis e vagina, tampouco ao papel social e ao gênero, masculino ou feminino.
"A pessoa pode ter nascido com o corpo de um homem, sentir-se uma mulher e ter o desejo por uma mulher, ou seja, o transexual pode ser heterossexual ou homossexual. A questão é que se sentir masculino ou feminino difere de se sentir homem ou mulher, até porque essas últimas classificações são estereotipadas e reforçam a dicotomia social", afirma o especialista.
Como lidar?
Não há como contestar que se trata de uma situação complicada, não só para a criança como também para os pais. Por isso, é necessário ter coragem e força para defendê-la do preconceito. No entanto, primeiramente, pai e mãe precisam entender e aceitar o diagnóstico do filho.
"A participação e compreensão são imprescindíveis. Os pais devem praticar a tolerância e não adotar uma postura preconceituosa, constrangedora ou de reprovação. Portanto, precisam sustentar a diferença, compreender a situação, manter o diálogo e ajudar a criança no que for necessário. Para tal, não devem se prender às exigências e imposições sociais, mas se libertar para poder acolher o filho. Amar é respeitar e é diante deste preceito que os pais devem viver", ressalta Rosostolato.
O especialista ainda afirma que é primordial passar segurança para a criança, que pode acontecer, concomitantemente, com o diálogo e as explicações que os pais podem fornecer. Com isso, é possível abordar a sensação e os sentimentos que ela possui sobre si mesma, procurando esclarecer que esta diferença não interfere na relação dela com os amigos e que não há nada de errado.
"Pai e mãe podem amenizar eventuais discriminações na escola conversando com a diretoria e professores. A conversa e o apoio dos pais fortalecem o filho que inevitavelmente experimentará o sofrimento causado pelo preconceito. Mas proteger não é esconder ou enclausurar a criança num mundo fechado. Ela precisa ser encorajada a se relacionar com as outras crianças e não se sentir envergonhada. Isso facilita a aceitação", adiciona o psicólogo.
E foi exatamente o que fizeram o pai e a mãe de um menino de 6 anos que se identifica como menina, nos Estados Unidos. Desde que passou a frequentar a sua escola atual escola no Colorado, Coy Mathis se apresentava como menina, sendo tratado dessa forma por professores e colegas, inclusive, usando o banheiro feminino.
O número de crianças com menos de dez anos que foram encaminhadas para o serviço britânico de saúde devido a problemas de identidade de gênero quadruplicou nos últimos seis anos. A apresentadora da BBC Victoria Derbyshire acompanhou alguns dias na vida de duas das crianças transgênero mais jovens na Grã-Bretanha - com autorização dos pais. No relato abaixo, a história de Lily e Jessica e de como elas tiveram de superar o preconceito na escola e até dentro da própria família.
Lily e Jessica (nomes fictícios), de seis e oito anos, entram na sala rindo e conversando, carregando bolsas cheias de brinquedos como bichinhos de pelúcia da Hello Kitty e bonecas Monter High. As duas falam sobre os nomes dos brinquedos e apontam quais os favoritos em uma cena comum quando duas meninas brincam.
Mas estas meninas nasceram meninos. Poucos anos depois de seu nascimento, na verdade quando elas começaram a falar, já demonstravam gostar de coisas tipicamente associadas e meninas: vestidos, joias, bonecas e nomes de meninas.
Nada dá pistas de que elas nasceram meninos: as roupas e corte de cabelos são de meninas, o jeito de brincar e conversar. E os nomes que escolheram para proteger suas identidades: Jessica e Lily.
"Quando decidi que eu era definitivamente uma menina? Por toda minha vida, diz Lily.

Banheiro da escola

Segundo os pais das crianças, desde muito cedo Lily e Jessica já sabiam das diferenças de gênero. Com o tempo, foram ficando cada vez mais infelizes por terem nascido de um gênero que não viam como sendo o seu.
E não era apenas uma insatisfação comum de uma criança que é obrigada a comer algo que não gosta ou arrumar o próprio quarto. As duas estavam muito incomodadas e até angustiadas com o fato de terem nascido meninos.
"Se eu tivesse que viver como um menino, ficaria muito triste. Muito triste mesmo. Mas agora, vivo como uma menina e me sinto muito melhor", acrescentou Lily.
Antes de encontrar Lily e Jessica eu estava cética quanto à possibilidade de crianças tão pequenas terem uma noção tão clara de que tinham nascido em um corpo errado.
Como alguém tão jovem poderia estar certo de pertencer ao sexo oposto, de querer usar roupa de menina, brincar de boneca e com outras meninas da classe? Certamente suas preferências - assim com as de meus dois filhos, em idades semelhantes - poderiam mudar a cada semana.
Mas as duas meninas não pareciam mostrar qualquer dúvida. Os pais de Lily e Jessica contaram que também pensaram que poderia ser apenas uma fase, mas isto já dura há vários anos.
Jessica conta que suas matérias prediletas na escola são matemática, leitura, arte e história. E acrescenta que, quando era um menino, era "muito frustrante para mim. Eu sentia como se não me encaixasse".
Houve um tempo em que Jessica não era aceita nem no banheiro da escola, os meninos pensavam que ela era uma menina, mas ela também não podia usar o banheiro das meninas.
Jessica chegou ao ponto de quase não beber água na escola para precisar usar o banheiro apenas quando chegasse em casa.
Em uma ocasião, uma das cozinheiras da escola agradeceu por Jessica ter pego talheres do chão dizendo "bom menino" e Jessica reagiu aos gritos. Foram necessários cinco professores para controlar a situação.

Papel dos pais

Alguns culpam os pais por esta situação: a forma como eles criam os filhos, mimando-os ou, de forma inconsciente, "condicionando" a criança pois queriam uma menina ou um menino.
Questionados se acreditam terem feito algo errado, os pais demonstram angústia. Muitos, com filhos mais velhos que se comportavam como "típicos meninos", nunca tinham ouvido falar de transtornos de identidade de gênero.
Jen, a mãe de Lily (também nome fictício) conta que quando Lily tinha quatro anos e ainda era tratada como menino, entrou em seu quarto quando ela estava se vestindo e perguntou: "Uau, posso usar um vestido como este quando crescer?". Jen achou bonitinho, mas pensou que era apenas uma fase ou até que seu filho poderia ser gay.
Na mesma época, Lily também teve ataques quando finalmente colocou um vestido e os adultos tentaram tirar o vestido que ela estava usando.
Isto tudo gerou muita tensão com os avós dela. Em um passeio, a avó tentou impedir Jen de comprar uma mochila rosa para Lily, para não "estimular" o menino.

'Condição rara e complexa'

Não há números precisos sobre a quantidade de pessoas com transtornos de identidade de gênero na Grã-Bretanha, pois muitas pessoas nunca procuram ajuda.
Os únicos lugares da Grã-Bretanha especializados nestas questões e voltados para crianças e adolescentes com menos de 18 anos são clínicas em Londres e Leeds.
O Tavistock and Portman NHS Trust define a disforia de gênero em jovens como "uma condição rara e complexa onde existe incongruência entre o gênero percebido pelo jovem e o sexo biológico".
Nos últimos seis anos quadruplicou o número de crianças de dez anos ou menos sendo encaminhadas para estas clínicas. Em alguns casos, as crianças tinham cinco anos ou menos e, em outros, até três anos.
Especialistas afirmam que a disforia de gênero pode ser muito traumática para uma criança e para a família, principalmente quando a criança chega à puberdade.
O Tavistock and Portman NHS Trust afirma que, no caso de criança, eles a monitoram por um tempo, mas não consideram adequado fazer um diagnóstico formal em crianças muito pequenas.
Por isso, a abordagem é aconselhamento e sessões de apoio, sem nenhuma intervenção médica, até as crianças chegarem à puberdade, quando poderão ser oferecidos bloqueadores de hormônio dependendo do caso.
Estes bloqueadores atrasam as mudanças físicas da puberdade, o que dá tempo para a pessoa viver como homem ou como mulher. Depois disso, o paciente poderá pensar em tomar outros hormônios para mudança de sexo, a partir dos 16 e fazer a cirurgia depois dos 18 anos.

Felizes

Existem poucas pesquisas que tentam descobrir a razão de uma pessoa ser transgênero. Uma das mais recentes foi feita pela Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, no começo deste ano.
Segundo esta pesquisa, existe uma explicação biológica, mas os pesquisadores sugeriram mais estudos para verificar se é algo que ocorre nos genes, nos hormônios ou se há alguma outra razão.
O que se sabe é que a vida para um transgênero pode ser muito difícil, marcada por problemas de aceitação, preconceitos e bullying.
Os pais de Lily e Jessica tentam proteger as crianças de tudo isto mas também acreditam que, conversando sobre o assunto e conscientizando as pessoas, podem combater os preconceitos.
E, tudo indica, que, no momento, as crianças estão satisfeitas.
Quando questionada se mudará de ideia no futuro e voltará a viver como menino, Jessica responde que não voltaria: nem aos 18, nem aos 40, 50 ou cem anos.
Ela vai à escola com roupas femininas e está satisfeita com o fato de colegas e professores a aceitarem.
"Ela está tão feliz que apenas sorri e está radiante", disse a mãe de Jessica.
A mãe de Lily, por sua vez, quer apenas que a filha seja feliz, aproveite a vida, tenha amigos e vá bem na escola. Como a mãe de qualquer criança de seis anos.
Nos EUA, pais seguem luta para que criança transgênero seja tratada como menina

O corte curto militar deu lugar ao cabelo comprido. Calças jeans deram lugar a vestidos cor de rosa. E as grandes bochechas da criança ficavam molhadas de lágrimas quando alguém se referia a Coy como menino.
Na metade do jardim de infância, após consultarem médicos, os pais de Coy informaram à escola que Coy se identificava como menina e devia ser tratada como uma –seja no uso de pronomes femininos para descrevê-la ou permitindo que Coy usasse seus vestidos favoritos.
"Ficou claro que não se tratava apenas de gostar de cor de rosa ou de coisas femininas", disse Kathryn Mathis, a mãe de Coy, lembrando de como Coy tinha ataques de ansiedade quando as pessoas o tratavam como menino. "Era como se ela se esforçasse para nos mostrar que era uma menina."
Mas em dezembro, poucos meses após Coy, 6 anos, ter iniciado a primeira série, a família Mathis a retirou furiosamente da escola, após ser informada de que ela não mais poderia usar o banheiro das meninas, mas que poderia usar o toalete neutro.
Uma carta de uma advogada da Fountain-Fort Carson School District explicou que "a medida que Coy se tornar mais velho, se sua genitália masculina se desenvolver juntamente com o restante do seu corpo, alguns pais e alunas provavelmente ficarão incomodados por ele continuar usando o toalete feminino".

Agora, o caso de Coy está no centro de uma disputa legal que provavelmente testará a lei antidiscriminação do Colorado, que expandiu as proteções para as pessoas transgênero em 2008.

Casos se espalham pelos EUA

O caso do Coy Mathis está se desdobrando nesta pequena cidade ao sul de Colorado Springs, enquanto outros Estados por todo o país estão buscando esclarecer suas políticas em relação a estudantes transgênero.
É uma questão que está se tornando mais comum nos últimos anos, à medida que grupos de defesa buscam assegurar que os distritos escolares fiquem mais atentos às necessidades das crianças transgênero.
Segundo o Fundo de Educação e Defesa Legal dos Transgênero, que deu entrada ao processo junto à divisão de direitos civis do Colorado em nome da família Mathis, 16 Estados e o Distrito de Colúmbia oferecem alguma forma de proteção legal às pessoas transgênero.
Em muitos casos, essas proteções se estendem às escolas, onde os rituais mais mundanos, como ir ao toalete ou usar o vestiário, podem ser especialmente traumáticos para os estudantes transgênero.
Atualmente, mesmo em Estados onde não existem proteções, os distritos escolares se tornaram mais inclinados a buscarem uma solução quando surge uma disputa, disse Michael D. Silverman, o diretor executivo do grupo.
Silverman citou um recente caso no Kansas do qual seu grupo cuidou, no qual um estudante biologicamente masculino de 10 anos queria ser conhecido por um nome feminino e se vestir como uma menina. A escola, ele disse, no final concordou.
Ensaio de fotos destaca a beleza única das crianças transgênero (são as fotos que estão no início do post)

Nos últimos 12 anos, a fotógrafa holandesa Sarah Wong vem registrando as experiências de um grupo de crianças que fizeram – ou estão no processo de fazer – transição de gênero.
Wong capturou imagens de participantes de um programa da Universidade VU, de Amsterdã, que apoia crianças que têm disforia de gênero. Várias das crianças tomaram bloqueadores para atrasar os efeitos da puberdade até que elas decidam como querem viver suas vidas. As fotos foram feitas nas casas das crianças, na escola, em aulas de balé – lugares em que elas se sentiam mais à vontade.
Wong compartilhou as imagens com o mundo por meio de “Inside Out: Portraits of Cross-Gender Children” (Do avesso: retrato de crianças transgênero, em tradução livre), publicado em 2011. Ellen de Visser, jornalista especializada em medicina do jornal Volksrat, escreveu o texto do livro.
O The Huffington Post conversou com Wong esta semana sobre as crianças do livro e sua experiência de documentar a experiência delas.
The Huffington Post: Qual foi seu objetivo/intenção ao fotografar essas crianças?
Sarah Wong: Meu objetivo era ajudá-las a encontrar a felicidade. Queria que os retratos as empoderassem – que não fossem uma abordagem sensacionalista. Não um menino de vestido ou uma menina com uma bola de futebol. Quando as pessoas viam os retratos, diziam: “Que crianças adoráveis, mas quem são?”

As fotos mostravam crianças adoráveis com uma consciência forte: eis quem eu verdadeiramente sou. No fim das contas somos todos iguais – almas que querem ser felizes e viver com compaixão.
The Huffington Post: Como foram as experiências dessas crianças na clínica?

Sarah Wong: As crianças tiveram ótimas experiências na VUmc, por causa dos bloqueadores de puberdade. O maior pesadelo de uma criança transgênero é que seu corpo cresça na direção errada. Os meninos não querem seios e as meninas não querem barba. Os bloqueadores de puberdade são um alívio e dão um tempo a mais para pensar. E as crianças podem crescer como adolescentes “normais”.

The Huffington Post: Por que, como fotógrafa, é tão importante dar visibilidade a essas histórias e experiências?
Sarah Wong: Seu trabalho como artista pode ter impacto importante na opinião pública. Sempre me interessei muito por identidade e compaixão, e às vezes me sentia mais psicóloga que fotógrafa.
Percebi muito cedo, aos 21 anos, na faculdade de artes, que as fotos podem ter grande impacto na opinião pública. Fui muito inspirada por Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, fotógrafos da agência Magnum.
É muito importante que a sociedade veja essas imagens – não há nada fora do comum com crianças transgênero. De novo, no fim das contas somos todos muito parecidos: somos almas que querem viver felizes e dar sentido às nossas vidas e às dos outros.
Foi durante esse projeto que repentinamente percebi por que essas fotos são incrivelmente importantes para as crianças. As imagens mostram quem elas realmente são. As fotos são quase provas jurídicas para elas.
Em geral, fotos têm a ver com as emoções e o ego do artista. Bem, durante esse projeto meu ego encolhia a cada sessão de fotos, porque eu estava a serviço das crianças. E gostei muito do fato de que as imagens tinham um propósito maior. Infelizmente, nunca pude mostrá-las num museu, por causa da integridade das crianças. Agora que elas estão mais velhas, estou procurando um lugar. A sociedade e a opinião pública mudaram.
The Huffington Post: O que você espera que as pessoas tirem dessas fotos?

Sarah Wong: Eu realmente espero que a audiência do The Huffington Post tire das fotos um olhar de compaixão. Isso significa ser capaz de olhar com o coração – livre de emoções pessoais.

Se você se emociona com o sofrimento do outro não consegue empoderá-lo. O primeiro médico a ajudar essas crianças também foi um pioneiro. Nos finais de semana, ele era diácono de uma igreja. Ele queria ajudar transgêneros por que os via com compaixão – não como médico, mas como ser humano.

LEIA TAMBÉM






Disponível em: http://www.vilamulher.com.br/familia/filhos/crianca-transgenero-9152.html; http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150407_criancas_transgenero_uk_fn; http://www.brasilpost.com.br/2015/06/01/criancas-transgenero_n_7486722.html; http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/19/nos-eua-pais-seguem-luta-para-que-crianca-transgenero-seja-tratada-como-menina.htm. Acesso em: 18/09/2015.

Imagens disponíveis em: http://www.brasilpost.com.br/2015/06/01/criancas-transgenero_n_7486722.html. Acesso em: 18/09/2015.

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