quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

HISTÓRIA: A MENINA INQUIETA

Lá numa cidadezinha do interior de São Paulo vivia uma menina de 7 anos chamada Dorinha. Ela acreditava que as coisas podiam ser diferentes. Certo dia, ela acordou e olhou para a sua cama dizendo: "Porque não fizeram a cama de cabeça pra baixo? Assim não ficava esse buraco debaixo que só serve pra ocupar espaço...". A menina levou a questão para sua mãe, que disse: "A cama foi feita assim com os pés embaixo para ficarmos longe do chão". A menina não satisfeita foi novamente para seu quarto, onde observou a janela, com suas portas abrindo e fechando. Ela então pensou: "Por que não inventaram uma janela que não ficasse batendo?". Novamente foi levar a pergunta para a mãe, a qual lhe disse: "A janela precisa ter portas para o vento entrar". Chegou o dia de Dorinha ir para a escola. Sua cabecinha fervilhava de perguntas. Lá encontrou a tia Odete, que começou a ensinar as letras para a turma. Logo no começo Dorinha perguntou: "Mas por que é que essas letras são assim e não de outro jeito?". A professora respondeu: "É porque alguém quis que fosse assim". Não satisfeita, a menina perguntou: "E quem é essa pessoa?". A professora disse que não conhecia e continuou falando o nome das letras. Odete pedia que os alunos repetissem as letras junto com ela e assim faziam. Inquieta, a menina perguntou: "E depois que a gente aprender essas letras a gente vai fazer o que?". A professora respondeu: "Vamos aprender a ler e a escrever". Dorinha perguntou: "E o que é isso?". Odete então explicou: "É uma coisa que vai te ajudar a vida toda". A menina perguntou: "E para que serve isso?". A professora disse: "Pra tudo". Insatisfeita, a menina foi para casa e perguntou à mãe: "Mãe, pra que servem as letras?". E a mãe respondeu: "Pra estudar". Dorinha indagou: "E pra que a gente tem que estudar?". A mãe disse: "Pra ser alguém na vida, ora". A menina comentou: "Mas eu já sou alguém, eu nasci, estou viva". A mãe completou: "É pra gente ser alguém melhor na vida". A menina fez um gesto de entendimento e foi dormir.

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