segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

DECIFRANDO A ESCRITA

É preciso saber distinguir um desenho (figurativo ou abstrato) de uma manifestação de escrita. O desenho representa algo do mundo (ou relativo a ele), e a escrita representa a linguagem oral (uma palavra). A linguagem oral, por sua vez, representa o mundo. Uma mesma forma gráfica, portanto, pode ser apenas um desenho ou uma escrita.

O alfabeto que usamos é uma das possíveis formas do alfabeto latino e segue um conjunto de normas atuais. É composto de letras, formando um conjunto, tendo cada letra um nome, que lhe foi dado para indicar um dos sons possíveis que a letra apresenta na língua, através do uso de um princípio acrofônico.

As letras são unidades do alfabeto que representam os sons vocálicos ou consonantais que constituem as palavras. Variam na forma gráfica e no valor funcional. As variações gráficas seguem padrões estéticos, mas são também controladas pelo valor funcional que as letras têm.

É importante aprender a distinguir as letras entre si e com relação a outros sinais e marcas da escrita. Saber dizer que letras aparecem em sequência numa palavra é mais fácil com alguns tipos de letras (por exemplo, letras de fôrma) do que com outros (escrita cursiva). Saber os nomes das letras é importante para poder conversar a respeito de quais rabiscos são letras e quais não.

As letras podem ter muitas formas gráficas, gerando diferentes alfabetos, como podemos ver na história dos sistemas de escrita. Apesar da diferença gráfica entre essas formas, uma mesma letra permanece a mesma porque exerce a mesma função no sistema de escrita, ou seja, é usada exatamente da maneira exigida pela ortografia das palavras.

As letras são categorias abstratas que desempenham uma determinada função no sistema, que é preencher um determinado lugar na escrita com as seguintes letras: 1ª letra: letra cê; 2ª letra: letra a; 3ª letra: letra esse; 4ª letra: letra a, novamente. A forma gráfica pode variar até os limites das convenções que permitem a letra cê, a, esse e a. Ou seja, é preciso saber a categorização das letras, quer no seu aspecto gráfico (equivalência das letras nos diferentes alfabetos), quer no seu aspecto funcional (quais letras devem ser usadas para escrever determinada palavra e em que ordem).

In: CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando com bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998.

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