domingo, 16 de novembro de 2014

A CRIANÇA E A TV


A televisão se tornou aparelho central de socialização de muitas crianças, ganhando um espaço antes ocupado, por exemplo, pela religião, pela escola e pela família. Isso porque, entre outras razões, a televisão utiliza-se de técnicas para informar das quais outras instituições não podem fazer uso. Entre esses mecanismos, podemos destacar o uso de imagens, que simplifica os conteúdos, sendo mais convidativos que outras formas de tentar explicar o mundo. Além disso, como aponta Paraíso (2006), há nas mídias "um conjunto de estratégias e técnicas sustenta a produção e a circulação na mídia de um discurso para e sobre a educação escolar". Podemos, ainda, destacar a característica de aproximação que a televisão compreende em relação à realidade. Como instrumento que une som e imagem, parece exibir a realidade e se torna, a partir desse mecanismo, mais próxima dos interesses de crianças que outras instituições socializadoras. Outro fator relevante é que, diferentemente do cinema, a televisão “vai” à casa das crianças, está lá. Não depende, portanto, de grandes descolamentos, esforços ou compromissos. Como resultado de muitas pesquisas, descobriu-se que a criança brasileira, por exemplo, é a que mais assiste à televisão no mundo, chegando a passar mais de três horas e meia por dia diante do aparelho. Entre as consequências dessa exposição prolongada estão a aprendizagem social (que também poderia ocorrer pela observação do comportamento dos pais e de outras pessoas reais), a dessensibilização (diante, por exemplo, de cenas de violência, que podem se tornar cada vez mais admissíveis pelas crianças), o aumento do medo (causado pelas representações do mundo como lugar aterrorizante) e o abafamento da dificuldade na compreensão das contradições. Como a criança é introduzida a uma única visão dos fenômenos, ela pode deixar de questionar-se sobre a realidade à sua volta, tornando-se vulnerável a explicações inverídicas. A televisão pode ser usada como motivadora de diversas discussões que, se bem aproveitadas, aproximam a família. Questionar os filhos sobre os personagens e ações da televisão e sobre a vida real, fora das telas, pode ser uma forma de tornar a relação com o aparelho diferente, sem que ele seja empecilho da imaginação, do questionamento e da curiosidade dos pequenos.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v27n94/a05v27n94.pdfhttp://www.brasilescola.com/psicologia/televisao-diversao-preferida-entre-garotada.htm. Acesso em: 16/11/2014.

Imagem disponível em: http://www.f5parana.com.br/?p=14117. Acesso em: 16/11/2014.

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