terça-feira, 28 de outubro de 2014

ALFABETIZAR DANÇANDO


Quando eu alfabetizava, fazia questão que a dança estivesse presente em minha prática alfabetizadora junto às crianças. Isso porque a dança traz alegria, traz animação, traz satisfação, mas traz também muitos ensinamentos. Lembro-me de uma música do "Foguete" que cantava com eles/elas e que ensinava não apenas a sequência numérica, como também a ordem crescente e descrescente. E eles/elas amavam, porque além de cantarem, tinham os gestos e a coreografia para seguirem! Era ótimo! Em reportagem da Revista Nova Escola (2014), se afirma que: "Dançar é uma das maneiras mais divertidas e adequadas para ensinar, na prática, todo o potencial de expressão do corpo humano. Enquanto mexem o tronco, as pernas e os braços, os alunos aprendem sobre o desenvolvimento físico. Introduzir a dança na escola equivale a um tipo de alfabetização. "É um ótimo recurso para desenvolver uma linguagem diferente da fala e da escrita, aumentar a sociabilidade do grupo e quebrar a timidez", afirma Atte Mabel Bottelli, professora da Faculdade Angel Viana e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E o melhor: o trabalho pode ser feito com turmas de todas as idades e de forma interdisciplinar, envolvendo as aulas de Artes e de Educação Física". 

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/pratica-pedagogica/danca-escola-educacao-pra-la-fisica-424014.shtml. Acesso em: 28/10/2014.




domingo, 26 de outubro de 2014

LER O MUNDO NAS ELEIÇÕES



Nesse segundo turno das eleições, fui acompanhar meu tio-avô em sua sessão de votação e um menino de aproximadamente 4 anos, acompanhado do pai, ao me ver junto do meu tio-avô e cheia de adesivos na roupa, logo comentou com seu pai: "Olha lá, pai... o vovô vai votar na Dilma!!". E o pai perguntou: "Como você sabe, meu filho?". E ele respondeu: "Porque a roupa daquela menina que tá com ele tá cheia de Dilma!!!". Esse menino, provavelmente ainda não alfabetizado, conseguiu fazer uma brilhante "leitura" do mundo, do contexto, da situação. Isso é alfabetização e não apenas saber decodificar as letras e correlacionar seus sons, associando-as!!

Imagem disponível em: http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/na-troca-do-poder-silencio-para-lula-e-esperanca-em-dilma,9ac897730cbda310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html. Acesso em: 26/10/2014.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ALUNOS DE PAPEL CREPOM???


Estava eu hoje no banheiro de uma instituição formadora de professoras/es quando escutei uma futura professora dizendo: "Aquela é a minha turma perfeita: se eu colar os alunos no teto com papel crepom eles ficam!". E continuou explicando, dizendo que eles fazem as atividades propostas (que não são só de "folhas"), etc, etc, etc. Mas fiquei refletindo sobre o que ela disse no sentido de pensar em como até admitimos que os alunos sejam diferentes, que possamos romper no tipo de atividades e propostas pedagógicas, mas que, no fundo, o que esperamos deles é a ordem e a disciplina tradicionalmente estabelecidas na Modernidade, onde todos trabalham ao mesmo tempo, de preferência tendo em vista o mesmo resultado esperado, com a mesma duração para cada atividade, no mesmo espaço (geralmente uns atrás dos outros), sem muita variação. Será que se misturarmos esses papéis (crepons) não daria uma melhor mistura???

Imagem disponível em: http://valeatacado.com.br/produtos/visualizar/471/variacao:2105. Acesso em: 23/10/2014.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ALFABETIZAÇÃO E ELEIÇÃO


É comum observarmos nas escolas práticas de simulação com as crianças a respeito do voto, seja com cédulas em branco de papel, seja já simulando as urnas eletrônicas (em caixas de papelão ou até mesmo em computadores, notebooks e tablets). Contudo, um episódio me chamou a atenção no primeiro turno desta última eleição: uma criança foi votar junto com sua mãe e não pode se encaminhar à urna, por determinação da representante da Justiça Eleitoral. Eu, quando criança, todas as vezes que fui com a minha mãe votar, pude participar daquele momento, o que sem dúvida aguçou em mim o desejo de exercer esse "ato de cidadania". A menina em questão implorava à mesária: "Por favor, moça, deixa?". E ela dizendo: "É que eu não posso, é regra". Mas será regra para todas as sessões eleitorais as crianças não acompanharem seus pais nas cabines de voto? Podemos questionar se daqui a alguns anos teremos pessoas desejosas de votar em nosso país...

Disponível em: http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/10/03/crianca-ou-bebe-pode-acompanhar-a-mae-na-urna-eleitoral-saiba-mais/. Acesso em: 22/10/2014.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

ALFABETIZAÇÃO DE BEBÊS


Muito me assusta imagens como essa em que crianças (de mais ou menos 3 anos) são levadas a se alfabetizarem desse modo tão cedo. Digo desse modo, porque a alfabetização não é apenas o gesto mecânico demonstrado acima, se a entendemos conjuntamente com o processo de letramento, onde a criança vai tomando contato com o mundo e os materiais de leitura que nele estão disponíveis "naturalmente", sem a necessidade de um processo de ensino da decodificação das letras e números nessa idade. Isso na minha opinião é um crime! Falo isso porque sempre ouço a minha afilhada dizer: "Dindinha, ainda bem que saí daquela outra escola, né?". Aí eu pergunto por que e ela responde: "Porque lá eles davam muito dever!! E eu sou criança, né?!". Pra mim isso já basta como argumento para uma infância mais livre dessas normatizações relacionadas ao processo da alfabetização formal, uma infância para brincar, para aprender brincando, com liberdade, com prazer!!!

Imagem disponível em: http://maternidadenamedidacerta.blogspot.com.br/2011/10/metodo-doman.html. Acesso em: 21/10/2014.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

LER E ESCREVER É "COISA DA ESCOLA"???


Estava eu caminhando pela rua no domingo, distraidamente, já ia atravessar a rua, quando vi, como de costume, um mendigo (de boa aparência, por sinal), colocar as mãos dentro do lixo. Mas, para minha surpresa (e acho que para a dele também!), saiu de lá de dentro um "jornal novo" (parecia até do dia), provavelmente descartado por alguém que o acabara de ler a poucas horas ou minutos. A fisionomia do senhor (já era um senhor de meia-idade) foi de satisfação! Colocou o jornal debaixo do braço e saiu andando... E a minha maior ainda de pensar que a escola é apenas um dos espaços de divulgação desses materiais (impressos ou não - digitais, por exemplo) para leitura e a escrita!! Eita satisfação que senti!!! 

Imagem disponível em: http://romulogondim.com.br/tipo-assim/. Acesso em: 20/10/2014.

sábado, 18 de outubro de 2014

LEITURA NA TELA 


A leitura na tela vem cada vez mais ganhando espaço nas práticas cotidianas, tendo em vista o uso crescente que temos feito dos computadores, tablets, notebooks, smartphones, etc. Como aponta Silva (2010, p. 177), o uso dessas ferramentas possibilita e "a comunicação e a interação entre várias pessoas, simultaneamente, através dos e-mails e salas de bate-bapo, possibilitando um deslocamento na temporalidade dos processos de produção e consumo dos textos". O fato é que precisamos reconhecer que o que muda, muitas vezes, ao se mudar uma "ferramenta" ou "suporte" de leitura é a relação que iremos estabelecer com esse texto. Conforme aponta Marcuschi apud Gonçalves (2010, p. 30), "o suporte não muda o conteúdo, mas nossa relação com ele, não só por permitir anotações, mas por manter um contato diferenciado com ele". Nesse sentido, precisamos refletir sobre alguns pontos, destacamos pela professora Rejane Dania (2014) como importantes para a "leitura na tela". Como ela aponta, uma característica do próprio "suporte" já pode ser um elemento distrator, no sentido de aumentar a capacidade do leitor perder o foco, entrando em um “emaranhado de links” que o fazem esquecer-se do texto que começou a ler. Outro problema pode ser conseguir concluir a leitura até o fim ou partir para outros textos relacionados, dependendo da capacidade de concentração e dos objetivos de quem lê. Para Rejane, também não podemos generalizar o/a leitor/a, porque a capacidade de leitura depende de uma série de variáveis, dentre elas a experiência de leitura, a diversidade de gêneros textuais que o/a leitor/a conhece, até a quantidade de suportes com os quais está familiarizado. Em relação às crianças que, desde muito cedo têm vivências no mundo digital e se apresentam mais curiosas, isso faz com que elas consigam ter um bom desempenho de leitura tanto no papel quanto na leitura em tela. É importante lembrar que, na alfabetização escolar, a aprendizagem da leitura se dá, principalmente, através do quadro negro ou da lousa na sala de aula, além da escrita e da leitura em papel impresso.

REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, Lila Aparecida Costa. A leitura e as novas formas de ler: um breve histórico. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades. Número XXXIV, 2010, p. 25-32.

SILVA, Luciane Teixeira da. Ler no papel, ler na tela, ler o mundo. Artefactum. Revista de Estudos em Linguagem e Tecnologia. Ano III - nº 2, Junho, 2010.

REPORTAGEM: Leitura no papel ou na tela: a diferença está em quem lê. 25 de maio de 2014. Sessão de educação. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/educacao/leitura-no-papel-ou-na-tela-a-diferenca-esta-em-quem-le,d5a1ea640bb26410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html. Acesso em: 18/10/2014.

Imagem disponível em: http://financasfemininas.com.br/criancas-e-tablets-como-equilibrar-o-uso/. Acesso em: 18/10/2014.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

DIA DA PROFESSORA













Após tantas imagens de professoras será que ainda conseguimos dizer que hoje é o "Dia do Professor"???? Nós que sempre fomos a maioria na história da docência, não mereceríamos um lugar de destaque no dia nos homenageia?? Não caberia destacar as várias práticas bem sucedidas que já foram desenvolvidas pelas mulheres-professoras?? Não caberia dizer que foram elas que, com muita fibra e garra, sustentaram sozinhas por muitos e muitos anos a educação básica (e de qualidade) neste país?? Foram elas as responsáveis pela formação de milhares de gerações que hoje depreciam, negam, rejeitam a escola pública para seus filhos, mas que foram alunos de ótimas professoras nas escolas públicas deste país!! São as professoras que ainda hoje educam principalmente os/as alunos/as na primeira infância, ensinam a ler e a escrever, dentre outros ensinamentos importantes para esta etapa da vida e muitas das vezes quem leva a "bola da vez" nas homenagens deste dia são "os professores". Por isso, venho aqui solicitar que comemorem, vibrem, parabenizem aquelas profissionais que muito brilham em seu trabalho pelo "DIA DAS PROFESSORAS"!!!

Imagens disponíveis em: http://romulogondim.com.br/resposta-de-uma-professora-a-revista-veja/; http://www.jogosdapolli.net/tag/professora/; http://educacaoeinformatica.wordpress.com/2011/08/11/voce-nao-pode-ser-minha-professora/; http://queroserprofessora.blogspot.com.br/2010/11/ser-professor.html; http://www.globocampinas.com.br/?cat=lbgwxqmvpowvuvcr&paged=154; http://pessoas.hsw.uol.com.br/professor-maca.htm; http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/como-saber-se-o-professor-da-certo; http://blog-pordentrodamoda.blogspot.com.br/2012/10/looks-da-professora-helena-da-novela.html; http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/ja-pensou-ser-professor-613398.shtml; http://educador.brasilescola.com/orientacoes/relacao-professor-aluno-cursos-distancia.htm; https://www.ufmg.br/ead/site/index.php/agosto/415-formacao-do-docente-da-ead-merece-ser-vista-com-mais-atencao-afirma-professora-da-ufu. Acesso em: 15/10/2014.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A ALFABETIZAÇÃO COMO 
UM "INSTANTE MÁGICO"


A alfabetização, ao meu ver, é uma grande oportunidade de nos tornar felizes! Todos os dias nos são dadas oportunidades para que isso aconteça. Para que aprendamos, para que nos tornemos melhores no processo proposto pela escola e também enquanto seres humanos. Algumas crianças são ávidas e vivem à espreita do seu "instante mágico". Aquele que irá tocá-las, fazê-las aprender mais e mais! Mas, infelizmente, não são todas que conseguem presentar atenção a esse momento e nós, adultos, ainda não aprendemos a hora e o momento certo de ajudá-las a entrar em contato com esse "instante mágico". Ainda insistimos em pensar que isso dependerá do curso do tempo, da insistência nas atividades ou exercícios ou nas correções que propusermos a elas. Errado! O "instante mágico", como diz Paulo Coelho, "pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã no instante de silêncio após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais", mas não estão. O "instante mágico" "nos ajuda a mudar, nos faz ir em busca de nossos sonhos". Quer estímulo maior que esse para aprender a ler e a escrever: ir em busca de um sonho? E não precisa ser sonho distante não... pode ser o sonho de ler um livro sozinho (como já vi muitos de meus alunos que desejavam isso e conseguiram realizar esse sonho!!). Se o sonho às vezes parece estar "fora" de nós, como algo que ainda vai acontecer, a mágica é algo que está "dentro" de nós, que nós podemos realizar. Comece agora. Faça a sua mágica! Mude a sua vida! Crie os seus sonhos e os realize!!!

Inspiração em: http://g1.globo.com/platb/paulocoelho/2012/07/31/o-instante-magico-3/. Acesso em: 14/10/2014.

Imagem disponível em: http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Caixa-Magica/. Acesso em: 14/10/2014.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

POESIA E MATEMÁTICA NA ALFABETIZAÇÃO

 

Hoje vi uma menina em seu mundo encantado
Fez sorvete, sentiu o gosto gelado, viu os cubos todos quadrados.
Mas a menina não entendia uma coisa: como era que fazia para transformar cada fruta naquele lindo sorvete de frutas?
Foi quando os adultos lhe explicaram que havia a ação de uma máquina que todo o trabalho fazia, de triturar aqueles cubos de gelo e misturar cada fruta escolhida.
E então a menina admirada se pôs a fazer várias bolas de sorvete, de cores variadas: brancas, amarelas, verdes e até avermelhadas. 
A tarefa mais difícil passou a ser a de descobrir quando as frutas estavam misturadas... Aí era uma grande diversão!
Bolas de sorvete de montão e muita adivinhação!!!

Imagem disponível em: http://www.americanas.com.br/produto/7466386/mini-chef-sorveteria-long-jump. Acesso em: 09/10/2014.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

PARA QUE SERVE A ALFABETIZAÇÃO?


Hoje estive em uma loja, que é livraria, papelaria e também vende CDs, DVDs, brinquedos, para procurar um livro de Michel Foucault. Para minha felicidade, o encontrei e logo me dirigi ao caixa para efetuar o pagamento. Foi quando avistei, já da fila, uma colega de turma dos meus "tempos de colégio", em seu "1º dia de trabalho", sendo orientada por outra colega em sua função, como "Atendente de Caixa" na Livraria. Logo pensei: "O que a 'fulana' está fazendo aqui?". Isso porque imaginei que alguém como ela que estudou em um colégio particular (um dos melhores da cidade), era "boa aluna", obteve êxito no processo de alfabetização e em seu processo de escolarização (sei disso porque fui sua colega até a 8ª série), chegando até a faculdade (se não me falha a memória, ela fez o curso de Administração de Empresas na Universidade Federal de Juiz de Fora), não deveria estar ali. E então pergunto: De que serviu ela aprender a ler e a escrever, percorrer todo o seu processo de escolarização com tanto empenho se, ao final das contas, se equipara a alguém que nem cumpriu tudo isso, nem estudou em um colégio tão bom e nem fez um bom curso superior? De que estaria servindo a alfabetização? Apenas para ensinar a ler e a escrever? Apenas para garantir um posto de trabalho unificado para aqueles que são alunos fracos, medianos e ótimos? Ou será que podemos investir em uma formação mais ampla que envolva habilidades que garantam a esse/a aluno/a tanto a ter uma formação mais humana quanto a obter no futuro um diferencial que lhe permita ocupar funções que reconheçam suas capacidades amplas de atuação como profissional e como ser humano?

Imagem disponível em: http://blogs.odiario.com/odiarionaescola/2012/11/14/dia-nacional-da-alfabetizacao/. Acesso em: 08/10/2014.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

ALFABETIZAR LETRANDO É POSSÍVEL?


Quando ouço alguém dizendo que é importante ou desejável alfabetizar letrando, algo me vem à cabeça: se alfabetizar remete ao processo de aprendizagem do código da língua escrita e se o processo de letramento envolve todas as demais aprendizagens implicadas nesse ato de aprendizagem relativas à comunicação e à interação com a nossa língua, então estamos aprendendo isso desde que nascemos e não precisamos de um/a profissional (no caso o/a professor/a) que nos ensine a ser "letrados". Fazemos isso naturalmente, convivendo com o código linguístico, em suas mais diversas formas de apresentação (gêneros textuais diversos), disponível para todos/as. Isso vai se efetivando na medida em que a criança vai tomando contato com esses diversos materiais em sua vida cotidiana, desde suportes como letreiros, placas, panfletos, os quais disponibilizam tanto letras quanto números e palavras (ainda enquanto códigos indecifráveis), mas já entendidos por ela enquanto códigos social e culturalmente construídos, até registros mais elaborados do ponto de vista da escrita de um texto, como bilhetes escritos em sua própria casa, propagandas, jornais, revistas, livros impressos e as mais diversas tecnologias digitais disponíveis hoje (computador, notebook, tablet, smartphone, etc). Diante de tudo isso, é impossível afirmar que as nossas crianças chegam à escola aos 6 anos (e mesmo agora com a proposta de chegarem aos 4 anos) para serem alfabetizadas letrando. Essas crianças já vêm sendo letradas e também algumas já iniciaram o processo de alfabetização. Apenas darão continuidade nesse processo... 

Imagem disponível em: http://wwwmdtbletramento.blogspot.com.br/. Acesso em: 07/10/2014.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

AS CRIANÇAS APRENDEM O QUE PODEM APRENDER E NÃO 
O QUE TENTAMOS ENSINÁ-LAS!!




Dia das Crianças se aproximando e fui eu tentar presentear a minha afilhada de quase 5 anos de idade... 1ª tentativa de presente: uma tela na cor branca cheia de furinhos, com a cara do Mickey/Minnie (pois não tinha rosto), embora a embalagem sugerisse que fosse do Mickey (talvez pelas cores do brinquedo). Havia nessa tela várias bolinhas coloridas enfiadas, as quais preenchiam aleatoriamente esse rosto. Expliquei, então, com a minha ânsia de professora, que naquele espaço ela poderia fazer desenhos, escrever a letra do nome dela (que eu sei que ela sabe fazer), outras letras, números e outras coisas que ela quisesse... Ela imediatamente começou a colocar as bolinhas na tela. E logo que acumulou algumas bolinhas, perguntei: "Essa é a letra do seu nome?". E ela respondeu: "Não, dindinha, é uma flor". E continuou preenchendo o espaço da tela todinha, até o fim, como que com pressa de me mostrar o resultado. E eu fui dizendo que estava muito bonito, sem agora perguntar o que estava fazendo. Ao final, perguntei: "O que você fez aqui?". E ela respondeu: "Eu fiz a cara do Mickey!". 

Com isso, é possível perceber que algumas vezes o que solicitamos das crianças é algo acima de suas possibilidades naquele momento. Isso não significa que ela não poderá aprender o solicitado em outro momento ou em um contexto diferente. Ou até mesmo, como no caso acima, que já tenha até aprendido o conteúdo ensinado, mas que nesse momento não possa ou não queira acessá-lo por estar envolvida em um outro tipo de aprendizado mais envolvente ou mais interessante. Além disso, cabe ressaltar que a nossa cultura exerce grande poder sobre aquilo que iremos aprender, tanto sobre a seleção de conteúdos quanto sobre o modo como iremos ter acesso a esses conteúdos. Reconhecendo isso nos tornamos mais capazes de rever nossas ações quando uma criança nos afirma, por exemplo, que aquela é a cara do Mickey e não da Minnie, podendo discutir com ela o por que a identificamos assim tão facilmente, ao invés de criar ali o que queremos e desejamos. Essa é a potência da educação. Essa é a possibilidade de quem conhece e deseja modificar a educação a partir da diferença!

Imagem disponível em: http://fazendoaminhafesta.com.br/category/moldes-decorados-bebes. Acesso em: 06/10/2014.

sábado, 4 de outubro de 2014

O QUE É UM G E O QUE É UM G NUMA BOLSINHA CHEIA DE NOMES?

Estava eu viajando e uma criança de aproximadamente 4 anos se aproximou e disse: 
_ Oi, moça! Eu respondi: _ Oi!
E ela continuou: O que você tá fazendo?
Eu disse: _ Estou lendo. Você gosta de ler histórias?
Ela balançou a cabeça dizendo que sim.
Eu então continuei: _ Essa história é muito interessante, é de uma menina que engolia estrelas e tudo o que tinha no céu: lua, sol e até a chuva. Você já imaginou isso? Legal, né?
E ela concordou que sim.
Ela então olhou para a minha bolsa e disse: _ Nossa, a sua bolsinha é cheia de nomes, né?! E eu concordei que sim.
Ela então perguntou: _ Qual é a sua letrinha aí?
E eu respondi: _ A minha é essa (apontei e disse): a letra G. 
A menina então disse que a dela era a letra E, de Elisa. E mostrou com as mãos e os dedos como fazia a letra E.
Em seguida, pediu que eu fizesse a letra G com as mãos.
Eu fiz a letra G com as mãos e ela concluiu: _ É como uma bolinha! 
E eu completei: É uma meia bolinha, com um tracinho pra dentro...
Mas ela foi logo contar para o pai, a mãe e a irmã, que estavam nos bancos de trás do ônibus: _ Ela é a Gabriela e a letra dela é a G, igual a uma bolinha. E ela tem uma bolsinha cheia de nomes! 

Quer melhor aula de alfabetização do que essa??? Com significação para a/o aluna/o e contextualização do objeto aprendido???

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ESCREVER É COMO ENCHER O VAZIO...



Certo dia um menino descobriu, como contava Manoel de Barros,  que "escrever seria o mesmo que carregar água na peneira". Isso porque, para ele, escrever remetia ao vazio. Não a um vazio da ausência, da falta de alguma coisa, mas a um vazio da possibilidade, do poder tudo construir, criar. Com isso, o menino "viu que era capaz de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo". Assim, a escrita, por meio das histórias, vão criando possibilidades para muitos meninos (e meninas também!). E vão fazendo desse movimento, que é escrever - e ler - um constante preenchimento de vazios impreenchíveis!! E não seria esse o maior encantamento da leitura e da escrita? O de poder sempre continuar lendo e escrevendo, sempre de modos distintos e infinitamente poder ler e escrever, sem nunca ser igualzinho? Daí talvez o prazer em carregar a água na peneira do menino... Quando ele aprendeu a ler e escrever, "viu que podia fazer peraltagens com as palavras". Assim, então a escrita passou a ser uma forma de "encher os vazios" com essas peraltagens!!

Imagem disponível em: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=770. Acesso em: 03/10/2014.