sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

POR UMA DOCÊNCIA E UMA ALFABETIZAÇÃO ENCANTADAS



Após muito tempo sem postar algo aqui no blog, hoje tive vontade de escrever sobre algo que me tocou. Ontem fui tocada por três professores do ensino básico (duas das séries iniciais - 2º ano do ensino fundamental e outro de física no ensino médio). Todos eles relataram suas experiências docentes a estudantes de graduação dos cursos de pedagogia e licenciaturas, tendo como foco "A beleza e o prazer da docência". Esse era o tema de uma das palestras da semana que recepcionavam os alunos na Universidade em que realizo minha pesquisa de doutorado. Mas o que me mobilizou a retornar aqui no blog não foi isso e sim a saudade imensa que senti dos meus antigos alunos do 1º ano do ensino fundamental com os quais trabalhei em 2012. Atualmente a discussão está em torno da redução pela procura pelos cursos de licenciatura em nosso país (ver em: http://www2.uol.com.br/debate/1455/cidade/cidade21.htm). Estou aqui, no entanto, para ressaltar o meu encantamento pela docência e pela alfabetização.  Ontem vi que um/a professor/a pode realmente fazer toda a diferença se ele for aquele que souber, antes de mais nada, se encantar pelas coisas do mundo. Professor/a não é apenas um transmissor de saber. É aquele/a que é tocado/a e, ao ser tocado/a verdadeiramente, torna-se capaz de tocar a cada um/a de seus/suas alunos/as também. Um/a professor/a para encantar tem que já ter sido encantado antes - por um livro, uma história que ouviu, uma piada, um comercial de TV, um trecho de uma novela, um filme, um lugar que visitou. Mas um/a professor/a para encantar precisa também se tocar com as pequeninas coisas e partir delas criar, inventar. Observar palavras diferentes, nomes próprios em língua estrangeira, olhar bulas de remédio, folhetos de supermercado e de propagandas. Dessas coisas podem surgir grandes aulas! Um/a professor/a encantador lembra com carinho das histórias que ouviu quando criança e as conta para seus/suas alunos/as com a mesma emoção, reinventando-as, criando ainda outras e novas histórias. Um/a professor/a alfabetizador encantador/a se preocupa com a aquisição do código da escrita pelos/as seus/suas alunos/as, mas esse processo se torna consequência de todos os outros já relatados anteriormente, feitos com muito carinho e atenção para seus pequenos progressos no desenvolvimento. Um/a professor/a encantador/a é assim... nunca morre... mesmo de longe (como eu) está sempre sonhando... e encantando... 

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